Na Bahia, população quilombola é mais jovem e masculina

Estado tem maior número de quilombola no país

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Publicado em 3 de maio de 2024 às 12:27

Quilombolas do Cangula durante aula sobre plantas medicinais
Quilombolas do Cangula durante aula sobre plantas medicinais Crédito: Sora Maia/CORREIO

O Censo Demográfico 2022 mostrou que a Bahia é o estado com maior número de quilombolas no Brasil. São 397.502 pessoas que representam 3 em cada 10 quilombolas do país, isso representa 29,9% de um total de 1.330.186. As pessoas quilombolas são 2,8% da população baiana, e apenas 5,2% delas (20.771) vivem nos 48 Territórios Quilombolas oficialmente delimitados no estado.

A população quilombola é um pouco mais jovem e masculina do que o total de habitantes da Bahia, características que se acentuam dentro dos Territórios. As mulheres são maioria na população quilombola baiana: 50,5%, o que representa 200.863 pessoas. Têm, porém, uma participação menor do que a verificada no total de habitantes do estado, onde 51,7% são mulheres.

Entre as pessoas quilombolas que vivem fora dos Territórios delimitados, na Bahia, 50,6% são mulheres (190.570). Já dentro dos territórios quilombolas, elas se tornam minoria, 49,6% (10.293), numa proporção próxima, mas inferior à dos homens, que são 50,4% dos quilombolas que vivem nesses locais (10.478).

Entre os 45 Territórios baianos delimitados para os quais se tem a população quilombola por sexo, 28 (62,2%) são majoritariamente masculinos, enquanto 17 (37,8%) têm maioria de mulheres. Lagoa Santa (60,0%), Fazenda Porteiras (58,0%) e Mota (55,2%) são os Territórios mais femininos; Vicentes (60,0%) Mata do Sapê (59,3%), e Salamina Putumuju (56,3%) são os mais masculinos. Dentre os cinco Territórios Quilombolas baianos mais populosos, só Tijuaçu tem maioria feminina (50,3%).

Mulheres são majoritárias no total de indígenas na Bahia 

Segundo o Censo, em 2022, a Bahia era o segundo estado com o maior número absoluto de indígenas no Brasil, com 229.443 pessoas, considerando tanto aquelas que se identificaram no quesito cor ou raça quanto as que informaram se considerar indígenas, na pergunta específica sobre esse tema.

Na Bahia, vive-se 1 em cada 10 indígenas do Brasil, isto é 13,5% das 1.694.836 pessoas que assim se identificaram em todo o país. As pessoas indígenas são 1,6% da população baiana, e 7,5% delas (17.211) vivem nas 21 Terras Indígenas existentes no estado. A concentração da população indígena fora do contexto das Terras Indígenas ajuda a explicar o perfil dessa população na Bahia, mais envelhecido e feminino, bem diferente do encontrado no Brasil como um todo.

Assim como ocorre na população em geral e quilombola, as mulheres são maioria entre quem se declara indígena, na Bahia. Elas representam 53,0% do total de indígenas, ou 121.700 pessoas. A participação feminina na população indígena baiana é superior à proporção de mulheres na população total do estado (51,7%).

Entre as pessoas indígenas que vivem fora das Terras Indígenas, a participação feminina (53,3%) é ainda ligeiramente superior à verificada na população indígena em geral, porém, nas Terras, as mulheres deixam de ser maioria e representam 49,3% da população, ou 8.493 dos 17.211 indígenas nessas áreas. Frente a 2010, na Bahia, as mulheres ganharam participação entre os indígenas em todas as situações, total, dentro e fora das Terras Indígenas, consequência do maior crescimento populacional entre elas, no período.

Os homens eram maioria em 14 das 21 Terras Indígenas Indígenas na Bahia em 2022 (2/3 ou 66,7%), enquanto as mulheres eram majoritárias em 7 (1/3 ou 33,3%).

Vargem Alegre (62,2%), Fazenda Sempre Verde (60,0%) e Fazenda Jenipapeiro (60,0%) são as Terras Indígenas mais masculinas; Barra (54,4%), Quixaba (52,5%) e Coroa Vermelha (52,4%), as mais femininas. Esta última é a única, entre as cinco mais populosas do estado, com mais mulheres do que homens.