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Na cabeça dos soteropolitanos: nevou domina ruas da capital e lotam salões em Salvador

Barbearias ficaram lotadas para atender clientes no fim do ano

  • Foto do(a) author(a) Wendel de Novais
  • Wendel de Novais

Publicado em 8 de fevereiro de 2024 às 11:16

Nevou na Barbearia Barba & Corte Crédito: Marina Silva/CORREIO

No banco de espera das barbearias de Salvador, não tem um espaço vago. Em cada uma que se entra, tem pelo menos cinco clientes com as cabeças cobertas de papel laminado. Na mão do barbeiro, em vez da máquina, se vê sempre um pincel que dá duas mãos de tinta e uma de matizante. Tudo para dar vida ao nevou, que faz a cabeça dos soteropolitanos e muda a rotina de quem corta cabelos no fim de ano.

"É muito mais gente e por muito mais tempo. O cara que vem cortar o cabelo dia normal fica de 40 a 50 minutos. Na época de nevar, eles ficam por duas horas. Eu, no resto do ano, corto 10 a 12 cabelos no dia. No Verão, nevo 10 cabelos e corto outros ainda. Chego 8h e saio 22h", fala Marcelo Pereira, da Barbearia Barba e Corte.

No fim de linha do Engenho Velho de Brotas, na Retrô 50 Barber Shop, não é diferente. As quatro cadeiras disponíveis para cortes não ficam vagas e para todos os lados há clientes com o produto no cabelo, na barba e até no bigode para nevar. Leonardo Gabriel da Silva, 27, é barbeiro na Retrô 50 e corta cabelo desde quando tinha 13 anos. Para ele, a moda de fim de ano pegou em Salvador lá em 2018.

"Começou não tem tantos tempos, a gente começou em 2018 e usava outras químicas, aquela que o povo ficava com a cabeça ardendo. Em 2020, já conheci a técnica que usa um óleo para cobrir o couro cabeludo e não dói. Daí para frente, o povo gostou mesmo. Fica bonito e sem aquela coisa da química arder a cabeça, caiu nas graças. Então, toda hora é duas mão do produto e uma do matizante", fala Leo, detalhando o processo do nevou.

Leonardo aplica nevou desde 2018 Crédito: Marina Silva/CORREIO

Ele explica que a primeira mão leva uma hora e a segunda dura vinte minutos. Por isso, com o corte, os clientes ficam cerca de duas horas na barbearia. Enquanto isso, revezam lugar em poltronas, resenham, jogam e transformam a barbearia em uma verdadeira sala de estar. "Se todo mundo se conhece e gosta do processo de ficar negado, vira sempre um evento. Geral ficando bem alinhado e resenhando aqui", completa o barbeiro.

E se engana que a prática fica só para o público jovem. Tem gente de todas as idades nevando na barbearia, mas principalmente, crianças. Umas até vão acompanhadas das mães e outras se apoiam na autorização do pai para nevar e surpreender a mãe, como no caso de Erick Sena, 10, que nevou pela primeira vez nesse fim de ano depois de muito pedir.

"Primeira vez que nevei e está ardendo demais, pegando fogo minha cabeça. Mas eu estou gostando e vale a pena porque fica na moda. Nunca nevei antes porque minha mãe não deixa. Se ela souber, arranca de gilete meu cabelo. Quem deixou foi meu pai, mas como ele vai se explicar para ela eu não sei. Os dois que se resolvam", fala o garoto, enquanto passa alegre pelo processo do nevou.

Erick fez o nevou pela primeira vez Crédito: Marina Silva/CORREIO

Assim como Erick, mais dois amigos foram na barbearia para fazer o mesmo, sendo esses com todos os pais cientes. Marcelo Pereira, dono da Barbearia Barba e Corte, onde os três estavam, conta que por lá o número de crianças nevando já superou o de jovens e adultos. 

"Rapaz, é muita gente que aparece, tanto criança como adulto. Porém, nesse ano aí, eu chuto que criança é mais de 50% das pessoas que vieram nevar. As mães preocupadas deles perderem o cabelo, mas acabam deixando. E criança quer fazer tudo que vê, não tem jeito. Estão dominando a barbearia aqui", fala Marcelo.

Além das barbearias, as ruas também estão tomadas por crianças e adultos nevados e prontos para o verão de Salvador.