Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Larissa Almeida
Publicado em 7 de novembro de 2023 às 05:00
Ansiedade, temperatura da sala de aula e dificuldade de concentração são alguns dos motivos mais comuns que podem ter levado os baianos que fizeram o primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023 a se darem mal na prova, ocorrida no último domingo (5). Para esses estudantes de diferentes perfis, a mensagem dos professores que lecionam disciplinas que integram o exame é unânime: nem tudo está perdido e ainda é possível virar o jogo. >
Diógenes Pires, professor de Biologia do Bernoulli, destaca a calma e o foco como principais dicas para lidar com o pós-prova. “Nós não temos essa certeza toda de saber efetivamente como fomos na prova, já que o gabarito oficial ainda não saiu. De qualquer forma, é fundamental manter esse foco, porque, na verdade, tivemos só a primeira prova e ainda temos uma segunda. Obviamente, o que vai determinar a pontuação total desse aluno é o rendimento médio das duas provas. Nesse sentido, se o aluno errou uma questão a mais de Geografia, mas acertou questões a mais de Biologia, Química, Física ou Matemática, na média, ele pode se manter num nível elevado”, pontua. >
Outra razão para não entrar em desespero é a forma da correção da prova, que é feita pela Teoria de Resposta ao Item (TRI). De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o sistema de correções não leva em consideração apenas a quantidade bruta de erros e de acertos, mas também considera a particularidade de cada questão da prova, segundo parâmetros de dificuldade, possibilidade de acerto casual e poder que cada questão possui de diferenciar participantes que dominam a habilidade avaliada daqueles que não dominam. >
Para virar a página e focar no segundo dia de prova, que é composta por questões de Ciências da Natureza e Matemática, o professor Diógenes Pires exclui da lista de recomendações para a semana o ato de se debruçar sobre assuntos novos que não foram aprendidos durante o ano de estudos para o Enem. O momento, de acordo com ele, é de consolidar os conhecimentos já adquiridos. “É bacana que o aluno possa fazer treinamentos, principalmente em cima das questões antigas [do Enem], enxergando quais os temas que são mais cobrados, e fazer um foco exatamente nisso”, aponta. >
Em paralelo ao exercício de questões antigas dos assuntos mais cobrados, o fundamental é que o aluno leve uma semana tranquila, sem perder noites estudando, para que possa estar descansado e com foco na prova que acontece no próximo domingo (12). Procurar manter a rotina diária de sempre, cuidar da alimentação e lembrar que atividade física ajuda muito na concentração e fixação de conteúdo são outras instruções dadas pelo professor de Matemática do Bernoulli, William Thales. >
Na preparação, ele recomenda que sejam estudados os assuntos que costumam ser mais abordados no exame, como operações fundamentais, sistemas métricos, razão e proporção, equações, porcentagem e juros. É também importante o afastamento da calculadora nesse período. “A calculadora é o maior vilão do aluno nos tempos de hoje, [porque é] importante o treinamento da tabuada e das contas de dividir. Matemática exige concentração, então todos devem procurar estudar em ambientes livres de distrações e que sejam agradáveis”, acrescenta. >
Por sua vez, na hora da prova de Matemática, William aconselha que os alunos comecem pelas questões de texto mais curto e resolvam aquelas que o caminho da resolução aparece com clareza no momento da leitura. Em seguida, ele orienta que o foco recaia nas questões de geometria com desenho e aquelas com gráficos e tabelas, deixando para o final as questões com textos muito longos.>
*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro>