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Nova espécie de pererequinha-de-bromélia é descoberta no sul da Bahia

Anfíbio foi batizado em homenagem à capoeira: Phyllodytes iuna

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  • Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2023 às 11:20

Nova espécie foi encontrada em Wenceslau Guimarães
Nova espécie foi encontrada em Wenceslau Guimarães Crédito: Divulgação

Uma nova espécie de pererequinha-de-bromélia foi descoberta na Estação Ecológica Wenceslau Guimarães, no município de mesmo nome, no sul da Bahia. Os pesquisadores do Laboratório de Herpetologia Tropical da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), envolvidos na descoberta, batizaram a nova espécie de Phyllodytes iuna em homenagem à capoeira.

O toque de "Iúna", na roda de capoeira, é reservado para o jogo de professores e mestres ou executado para formatura de alunos graduados. De acordo com os pesquisadores, a escolha do nome é uma homenagem que celebra a cultura afro-brasileira deixada pelos mestres da capoeira na resistência.

“Faço capoeira desde criança e sempre tive vontade de homenagear essa expressão cultural afro-brasileira em alguma das espécies que encontramos aqui no Sul da Bahia”, afirma um dos pesquisadores, o professor e capoeirista Iuri Ribeiro Dias.

A Phyllodytes iuna é a quinta espécie do grupo Phyllodytes encontrada pela equipe de pesquisadores do Departamento de Ciências Biológicas (DCB) da UESC ao longo de dez anos de pesquisa de campo.

Novas espécies de anfíbios são localizadas por pesquisadores nos grandes centros de pesquisa do sudeste brasileiro, a exemplo do Museu Nacional ou o Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo. Na Bahia, os cientistas costumavam coletar anfíbios em brejos e poças, esperando encontrar muitas espécies, e, por isso, raramente era documentado um grupo de pererequinhas que se reproduzem em bromélias.

"Elas passam todo o seu ciclo de vida em bromélias. Lá elas depositam ovos, nascem e crescem os girinos e depois cantam os adultos. Os girinos de algumas espécies de pererequinhas-de-bromélia prestam um serviço ecossistêmico importante: eles se alimentam de larvas de mosquito que são potenciais transmissores de doenças como dengue, zika e chikungunya. Protegendo as pererequinhas-de-bromélias estaremos também protegendo a nossa própria saúde", diz o professor Mirco Solé, do DCB.

No Brasil, a iuna é a décima sexta espécie do gênero Phyllodytes e a sétima endêmica da Bahia. Os primeiros registros aconteceram em 2015, mas a descrição formal só aconteceu em 2018, após a localização de exemplares adicionais. “Apesar dos esforços de coleta em diversas localidades na Mata Atlântica do Sul da Bahia, a espécie ainda não foi registrada em nenhum outro local além da Estação Ecológica de Wenceslau Guimarães", revela Laisa Santos, membro da equipe e doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Zoologia da UESC.

A pesquisa recebeu o auxílio financeiro do Programa PROTAX, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, e resultou na publicação de um artigo na Zootaxa, revista especializada na descrição de espécies novas para a ciência. Leia o artigo aqui.