PM acusado de matar menina em Jardim Santo Inácio vão a júri popular

Menina foi morta na porta de casa, em 2018

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  • Da Redação

Publicado em 19 de agosto de 2023 às 10:41

Geovanna Nogueira da Paixão, morta aos 11 anos por policiais militares
Geovanna Nogueira da Paixão, morta aos 11 anos por policiais militares Crédito: Reprodução

O policial militar Nildson Jorge Sousa França, um dos acusados de matar a menina Geovanna Nogueira da Paixão, de 11 anos, no bairro de Jardim Santo Inácio vão a júri popular. O julgamento será realizado próxima segunda-feira (21).

O julgamento acontece cinco anos após a morte de Geovanna, que aconteceu no dia 24 de janeiro de 2018. A menina estava abrindo o portão de sua casa para receber o avô, quando foi alvejada com um tiro na cabeça pelos agentes da 48ª CIPM, que realizavam uma ação no bairro. A menina foi socorrida, mas não resistiu.

O julgamento está previsto para as 8h, no Fórum Ruy Barbosa, em Nazaré, segundo informações do Instituto Odara.

A assessoria jurídica do projeto Minha Mãe Não Dorme, que tem acompanhado o processo de perto, também espera pela condenação dos policiais envolvidos. Além do caso de Geovanna, o projeto acompanha outras dezenas de casos de crianças e adolescentes negras e negros que foram vitimadas pela ação da polícia em Salvador durante os últimos anos.

Relembre o caso

Geovanna Nogueira da Paixão, 11 anos, foi vítima de disparos de arma de fogo na porta de casa, no bairro Jardim Santo Inácio, no dia 24 de janeiro de 2018. Ela chegou a ser socorrida à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da região, mas não resistiu.

Conforme laudo pericial realizado em procedimento administrativo, ficou comprovado que os projéteis encontrados no local, bem como o que atingiu Geovanna, foram disparados pela arma do soldado da PM Nildson.

Após finalização do inquérito policial, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) denunciou a dupla por homicídio, em 2 de setembro de 2018, e pediu o encaminhamento deles ao Tribunal do Júri. “Ao atirar naquelas circunstâncias, os acusados assumiram o risco de atingir alguém, o que efetivamente aconteceu”, escreveu a promotora Armênia Cristina Santos.

Ainda de acordo com o documento, no momento do crime, mesmo os policiais alegando no inquérito que houve troca de tiros, o que é negado por testemunhas, os tiros pegaram a vítima de surpresa, impossibilitando a defesa da criança.