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Polícia cumpre quatro mandados de prisão de envolvidos em ataque que matou PF

Outros dois suspeitos morreram em confronto e mais dois escaparam dos policiais

  • Foto do(a) author(a) Gil Santos
  • Gil Santos

Publicado em 29 de novembro de 2023 às 14:10

Policiais durante a Operação Temporal
Policiais durante a Operação Temporal Crédito: Alberto Maraux/ SSP

Quatro homens suspeitos de envolvimento no ataque ao bairro de Valéria que resultou na morte do policial federal Lucas Caribé, em 15 de setembro, foram presos nesta quarta-feira (29). Os homens já estavam cumprindo pena no Complexo Penitenciário da Mata Escura por outros crimes. Havia mais quatro mandados de prisão temporária para serem cumpridos, mas dois suspeitos morreram em confronto e outros dois conseguiram fugir.

A Operação Temporal começou com o sol nascendo. Por volta das 5h, cerca de 100 policiais federais, civis e militares saíram para cumprir 12 mandados de busca e apreensão e oito mandados de prisão em bairros de Salvador e municípios da Região Metropolitana. Foram apreendidos aparelhos celulares e duas armas. Todos os presos fazem parte da mesma facção criminosa.

Ocorreram dois confrontos. Em Abrantes, na cidade de Camaçari, a polícia pretendia prender Pablio Henrique Barbosa Almeida, 25 anos. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), ele estava em um condomínio e atirou contras as equipes da Polícia Federal e da Polícia Civil, houve revide e o suspeito foi baleado. Ele foi socorrido para o Hospital Menandro de Faria, mas não resistiu.

A polícia informou que Pablio era ‘puxador de bondes’. Na prática, ele liderava o grupo durante os ataques em Valéria e outras regiões do Subúrbio Ferroviário. Pablio era conhecido como ‘Emílio Gaviria’, apelido dado em referência ao traficante colombiano Pablo Escobar, tinha passagens por porte ilegal de arma e foi denunciado pelo Ministério Público por tráfico de drogas e associação criminosa.

Pablio nas redes sociais
Pablio nas redes sociais Crédito: Reprodução

Pablio era natural de Aracaju (SE) e não era discreto, ele ostentava fotos com fuzil e submetralhadora nas redes sociais. Depois do confronto, os policiais apreenderam um revólver calibre 38, munições e celulares usados para organizar ataques e na distribuição de armas e drogas. O segundo morto não teve o nome divulgado, mas o subcomandante do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), major Luiz Henrique, contou que ele estava no bairro de Paripe.

“O grupo tático chegou juntamente com o pessoal da Polícia Federal para fazer o cumprimento do mandado. Ele estava em uma residência, mas quando o grupo entrou foi recebido com disparos de arma de fogo, e revidou. Após o fim da situação, ele estava baleado, foi socorrido para o Hospital do Subúrbio, mas não resistiu aos ferimentos”, contou.

Os policiais encontraram uma pistola com o suspeito. O homem era conhecido por ocupar um cargo de comando dentro da facção criminosa. Segundo a polícia, ele participou da logística do resgate dos criminosos após o confronto que vitimou Lucas Caribé, e existe a suspeita de que ele tenha participado também do ataque contra os policiais.

Prisões

Além dos dois mortos, as equipes conseguiram cumprir quatro mandados de prisão. Os homens já estavam presos, por outros crimes, e agora vão responder também pelo ataque em Valéria. Os nomes não foram divulgados, mas a polícia informou que três deles já estavam presos na época do crime, o que sugere que a ordem para executar o ataque partiu de dentro do presídio. O delegado da Polícia Federal, Marcelo Siqueira, esclareceu.

“As investigações apontam que eles tinham algum envolvimento no ataque aos policiais no dia 15, não diretamente, mas ordenando o ataque e fazendo a logística do armamento, então, de alguma forma eles estavam envolvidos no ataque”, afirmou.

O delegado disse que a polícia está avaliando a possibilidade de transferir os suspeitos para outra unidade prisional. Havia mais dois mandados de prisão para serem cumpridos, mas os alvos não foram encontrados. Já os 12 mandados de busca e apreensão foram cumpridos na íntegra em residências e em um comércio em Salvador e Região Metropolitana.

O delegado a Polícia Federal Diego Gordilho contou que foram apreendidos aparelhos celulares e que o material ainda será analisado pela perícia. “Todos os suspeitos vinculados a operação têm envolvimento direto ou indireto com o ataque ocorrido no dia 15 de setembro. A investigação não findou, ela continua. Todo o material será analisado a fim de responsabilizar os envolvidos direta ou indiretamente com esse evento”, afirmou.

Buscas

Equipes da Coordenação de Operações e Recursos Especiais (CORE) da Polícia Civil desmontaram acampamentos usados por criminosos em uma localidade conhecida como Coração de Maria, próximo a Ceasa, em Simões Filho. O delegado e coordenador do grupo, Marcos Cesar, explicou.

“Estivemos em regiões de mata e casas da redondeza que os criminosos usavam para se homiziarem e para o tráfico de drogas. Fizemos o mapeamento em áreas de mata e incursões em residências abandonadas, infelizmente não tivemos êxito em prisões, mas conseguimos fazer um levantamento que vai nos auxiliar em futuras operações na localidade”, contou.

Os policiais encontraram na mata barracas de plástico, restos de alimentos e outros equipamentos usados para sobrevivência na floresta. Segundo o delegado, a região tem uma ligação direta com o bairro de Valéria e, por isso, era usada pelos criminosos.

O policial federal Lucas Caribé Monteiro de Oliveira tinha 42 anos e morreu durante uma operação conjunta das policiais Federal, Civil e Militar no bairro de Valéria, no dia 15 de setembro. Era uma sexta-feira. Os policiais pretendiam desarticular uma facção criminosa, mas encontraram no caminho outra facção, com cerca de 40 homens, que pretendia atacar Valéria naquela mesma manhã.

Durante o confronto intenso, onde foi necessário o uso do caveirão blindado, helicóptero do Graer e até granadas, Lucas foi baleado e não resistiu aos ferimentos. Ele tinha 10 anos na Polícia Federal, era casado e não tinha filhos. Outro policial federal e uma policial civil também ficaram feridos, mas sobreviveram ao ataque. Cerca de 24h depois cinco suspeitos foram mortos. A polícia ainda fará um balanço das prisões e mortes relacionadas a esse caso, mas adiantou que identificou grande parte dos envolvidos.