Prefeitura cria protocolo para enfrentar o calor durante eventos em Salvador

Distribuição de água, protetor solar e até carro-pipa, nada está descartado

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  • Gil Santos

Publicado em 21 de novembro de 2023 às 15:59

Eventos que reúnem grandes multidões preocupa a Prefeitura
Eventos que reúnem grandes multidões preocupa a Prefeitura Crédito: Marina Silva/ Arquivo CORREIO

A morte da estudante Ana Clara Benevides Machado, 23 anos, durante um show da cantora Taylor Swift, no Rio e Janeiro, acendeu o alerta na Prefeitura de Salvador. Com a intensificação das festas de verão, que reúnem grandes multidões, o Município está elaborando protocolos que serão adotados nos casos em que o calor estiver acima do normal. Distribuição de água, protetor solar e até carro-pipa estão sendo considerados.

Atualmente, a capital baiana parece ter um sol para cada pessoa. Os termômetros têm marcado máximas de 33 graus, mas a sensação térmica é ainda maior. O prefeito Bruno Reis (União Brasil) comentou sobre o assunto durante o lançamento de um programa para a Educação, nesta terça-feira (21). O gestor disse que está observando o que outras cidades do Brasil e do mundo adotaram como políticas públicas de enfretamento ao calor.

“Vamos fazer licitações para compra de águas, protetor solar e teremos que adotar procedimentos. No momento certo, chamar o trade de eventos e ver quais medidas podemos adotar para evitar que o caso que infelizmente ocorreu no Rio de Janeiro possa ocorrer aqui. Vamos nos preparar com os contratos, ter os produtos à disposição e, muito provavelmente, vamos ter que adotar protocolos caso o calor chegue no verão nessa intensidade em Salvador”, afirmou.

Ele frisou que a medida é preventiva e pediu cautela. A vice-prefeita, Ana Paula Matos, que também é secretária municipal de Saúde, está à frente desse estudo. Ela contou que distribuição de água, protetor solar e uso de carro-pipa são opções, mas frisou que Salvador ainda não está nessa situação. Apesar da sensação térmica incomodar, está dentro da normalidade.

“Estamos desenvolvendo um plano de contingência, avaliando como outros estados e outras cidades estão fazendo para que a gente possa construir sugestões. Hoje, não estamos em uma situação que precise de imediato desses protocolos, mas já estamos conversando sobre a necessidade de medidas em grandes eventos nesse verão, mas por enquanto, pela temperatura de Salvador, ainda não se faz necessário”, afirmou.

Ana Paula contou que está observando também as questões epidemiológicas e verificando se há aumento de casos de insolação e desidratação na cidade, e frisou que os índices estão normais. A professora Eliana Silva, 44 anos, conta que o calor tem interferido diretamente no humor das crianças.

“Elas ficam mais agitadas, mais irritadas e nervosas. E eu entendo, porque sinto o mesmo. A gente toma um banho e cinco minutos depois já estamos suando de novo. Eu adoro a primavera e o verão, mas essa sensação de abafamento deixa todo mundo mal”, disse.

Segundo o diretor da Defesa Civil de Salvador, Sosthenes Macedo, essa será a primeira vez que Salvador, uma cidade que tradicionalmente se preocupa com a chuva, terá protocolos voltados para o enfrentamento ao calor. Ele deu início as primeiras reuniões com a equipe na semana passada e acredita que a tragédia no Rio de Janeiro poderia ter sido evitada se existissem protocolos adequados para a situação.

“Se antes nós olhávamos os aspectos físicos nos grandes eventos, ou seja, a caixa da sarjeta que estava sem tampa e poderia provocar um acidente, ou a árvore que estava muito próximo da fiação e poderia provocar um curto-circuito, agora, vamos precisar nos debruçar também sobre esse novo fator que é a temperatura”, afirmou.