ELEIÇÕES

Último dia para regularização de títulos de eleitor teve filas com espera de mais de duas horas

Fila quilométrica se formou na sede do Tribunal Regional Eleitoral, em Salvador

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Publicado em 8 de maio de 2024 às 22:49

Espera nas filas chegou a duas horas
Espera nas filas chegou a duas horas Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Esta quarta-feira (8), foi o último dia para a regularizar, transferir ou tirar a primeira via do título de eleitor antes das eleições municipais de outubro. Até as 18h, uma fila quilométrica se formou com pessoas que buscavam normalizar sua situação eleitoral na sede do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), no Centro Administrativo da Bahia (CAB).

Entre as pessoas que deixaram para ir até a sede do TRE-BA no último dia, estavam Ana Virgínia Costa, cabeleireira de 55 anos, e a filha Ana Clara Costa, estudante de 17 anos. Elas enfrentaram quase duas horas de fila para conseguir a primeira via do título de Ana Clara.

“Não tivemos como vir antes porque minha avó estava doente”, contou a estudante. “Espero que a gente não espere mais que duas horas nessa fila”, disparou.

Até esta terça-feira (7), foram registrados 1,2 milhão de cancelamentos de títulos na Bahia. Segundo Jaime Barreiros Neto, analista judiciário do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), nos últimos dez dias, 400 mil pessoas regularizaram suas situações e voltaram a estar habilitadas para votar. O TRE-BA ainda não informou quantas pessoas regularizaram a situação nesta quarta-feira.

Além de não poder participar do pleito eleitoral, a pendência pode acarretar restrições como impossibilidade de tirar o passaporte, se matricular em unidades de ensino superior, assumir vagas em concursos públicos ou pegar empréstimos bancários em bancos oficiais.

Foi temendo essas consequências que o operário José Ramos, 54, compareceu ao TRE-BA na tarde desta quarta-feira. Sem votar há três eleições, ele teve o título cancelado e precisou pedir folga no trabalho nos últimos instantes possíveis para tentar reverter a situação.

No caso dele, existia ainda outra dificuldade: natural de Teofilândia e morador de Salvador há 14 anos, José mora de aluguel e as contas vêm em nome do proprietário do imóvel, afligindo o homem que acreditava não ter como comprovar sua residência de outra forma. Segundo ele, passou quatro horas na fila.

“Eu trabalho até dia de sábado, não tinha como vir antes. Agora, não sei o que fazer. Poderiam facilitar, já que estou com o comprovante do aluguel”, disse.

Apesar de documentos de comprovação de residência serem comumente associados apenas a contas como as de luz e água, servidores do TRE explicaram que existem outros meios mais simples de provar. Contas de internet, de cartão e até correspondências destinadas à pessoa no endereço onde ela reside podem ser aceitos como certificados.