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Carol Neves
Publicado em 13 de agosto de 2025 às 14:07
Um passeio de rotina se transformou em tragédia para Nicole Panos, que perdeu a filha de 1 ano e ficou paraplégica após ser atacada por uma girafa no Kuleni Game Park, na África do Sul, em outubro de 2023. Agora, aos 26 anos, ela decidiu contar sua história ao jornal britânico The Sun.>
Na manhã do ataque, Nicole, que então tinha 25 anos, saía de casa com os dois filhos, Kayden, de 4 anos, e Kaia, de apenas 1. O plano era caminhar até a casa dos pais dela, a poucos metros de distância, onde as crianças ficariam enquanto ela cumpria um compromisso.>
“Passamos pelo mato e depois por um espaço de areia, onde as crianças adoravam brincar”, relatou. O trajeto era usado diariamente por familiares e funcionários do parque, e Nicole, que é guia treinada, afirmou ter seguido todos os procedimentos recomendados ao avistar um casal de girafas com um filhote.>
Segundo uma campanha organizada por sua família, “como guia qualificada, ela seguiu todos os protocolos normais para encontros com animais. Manteve uma distância segura e já havia passado pela girafa quando a fêmea, de forma inesperada, virou, avançou e os atacou”.>
Nicole acredita que a girafa reagiu por instinto de proteção ao filhote. "Meu último pensamento antes de ela avançar contra nós foi de preocupação: Onde está o filhote dela? Mas ela levou o meu embora", disse, emocionada.>
Ela tentou proteger Kaia segurando-a nos braços e gritou para que Kayden corresse. “Eu senti um impacto nas minhas costas e desmaiei. Não me lembro de ter sido chutada por ela”, contou. Após o ataque, acordou brevemente e viu o filho tentando se proteger antes de perder a consciência novamente. O irmão de Nicole conseguiu afugentar o animal disparando para o chão.>
Kaia, no entanto, não resistiu aos ferimentos. “Perguntei para eles: ‘E a Kaia?’... Eu simplesmente soube, naquele momento, que ela tinha partido.”>
Nicole ficou internada por 23 dias, dos quais 16 foram na UTI. Sofreu múltiplas fraturas, lesões internas e paralisia da cintura para baixo. No momento do ataque, seu marido, Jason, estava trabalhando nos Estados Unidos.>
Para manter viva a memória da filha, a família criou uma área de homenagem no parque, batizada de "Kaia’s Forest". “Ela deve ser lembrada como era em vida… Ela parecia, e ainda parece, um raio de sol. Ela irradiava felicidade”, disse a mãe.>
Hoje, Nicole tenta seguir em frente apesar da dor. “Há dias em que sinto que a dor é tão pesada que mal consigo passar por eles. A memória de Kayden e Kaia é o que me mantém de pé.”>