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Brasileira perde cargo em mosteiro após ser considerada 'bonita demais para ser freira'

'O frei Mauro Lepori disse que se eu fosse ao Vaticano, ninguém iria acreditar em mim, porque eu sou mulher, brasileira, sou bonita e ninguém acredita nesse tipo de pessoa'

  • Foto do(a) author(a) Perla Ribeiro
  • Perla Ribeiro

Publicado em 13 de maio de 2025 às 09:05

Natural de Macapá, a freira brasileira Aline Pereira Ghammachi, 41 anos e natural de Macapá (AP), perdeu o cargo de madre-abadessa do Mosteiro
Natural de Macapá, a freira brasileira Aline Pereira Ghammachi, 41 anos e natural de Macapá (AP), perdeu o cargo de madre-abadessa do Mosteiro Crédito: Arquivo Pessoal

Natural de Macapá, a freira brasileira Aline Pereira Ghammachi, 41 anos e natural de Macapá (AP), perdeu o cargo de madre-abadessa do Mosteiro San Giacomo di Veglia, na Itália, após denúncia anônima de maus-tratos e desvio de recursos do espaço destinados à manutenção do local. Ela foi retirada do cargo no dia 21 de abril deste ano, data da morte do papa Francisco, mas nega as acusações. Ao G1, a freira informou que acredita estar sofrendo perseguição e que o abade-chefe da ordem que dirige o mosteiro, frei Mauro Giuseppe Lepori, chegou a dizer que ela era bonita demais para ser freira. "O frei Mauro Lepori disse que se eu fosse ao Vaticano, ninguém iria acreditar em mim, porque eu sou mulher, brasileira, sou bonita e ninguém acredita nesse tipo de pessoa. E isso me feriu muito".

A freira recorreu da decisão do afastamento junto ao Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica, a mais alta autoridade judicial da Igreja Católica e segue na Itália. As denúncias contra a irmã Aline Ghammachi foram enviadas em 2023 ao papa Francisco. A freira informou ao G1 que apresentou as contas dos últimos cinco anos em que esteve à frente do mosteiro e que essas foram aceitas pela auditoria da igreja.

“O que mais pesava na carta era a questão dos maus-tratos, do abuso de poder e de desvio de recursos. A questão financeira foi fácil de resolver, porque foi feita uma auditoria no mosteiro pela diocese e demonstrou que toda a administração foi corretamente realizada. Só busco a Justiça”, explicou a freira, que também nega as demais acusações. Após a saída da madre no mês passado, cinco freiras procuraram a polícia italiana para denunciar violência psicológica por parte da nova gestora do mosteiro. No total, 11 saíram do mosteiro após a remoção da freira brasileira.

Aline Ghammachi contou ao G1 que desde os 15 anos tinha vontade de ser freira, mas por orientação da família, teria que estudar mais um pouco e com o passar do tempo ver se era realmente o que queria. Após concluir o curso superior de administração de empresas, em Macapá, ela decidiu de vez seguir na vida religiosa. Foi então que se mudou para a Itália, para o convento onde anos depois seria a madre-abadessa. Em 2018, quando tinha 34 anos, irmã Ghammachi se tornou a madre-abadessa mais jovem na Itália. Ela destacou que o mosteiro passou a oferecer auxílio para mulheres vítimas de violência, pessoas autistas, além de criar uma horta comunitária com plantações de uvas.