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Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2015 às 09:07
- Atualizado há 2 anos
As imagens de um menino sírio morto numa praia da Turquia correram o mundo e se tornaram símbolo da crise migratória que já matou milhares de pessoas do Oriente Médio e da África que tentam chegar à Europa para escapar de guerras, de perseguições e da pobreza. >
O corpo da criança, identificada como Aylan Kurdi, apareceu ontem em Bodrum depois que duas embarcações com imigrantes naufragaram. As equipas de salvamento recuperaram 12 corpos, entre os quais o do menino de três anos, cujo irmão Galip, 5 anos, também morreu no naufrágio.Menino sírio é uma das vítimas fatais de naufrágio na costa da Turquia(Foto: AFP)As duas embarcações haviam partido de Bodrum e tentavam chegar à ilha grega de Kos, anunciaram as autoridades locais. A foto se tornou um dos assuntos mais comentados no Twitter e diversos veículos da imprensa internacional o destacaram como emblemática da gravidade da situação, até mesmo com potencial para ser um divisor de águas na política europeia para os imigrantes.>
“Se estas imagens com poder extraordinário de uma criança síria morta levada a uma praia não mudarem as atitudes da Europa com relação aos refugiados, o que mudará?”, questiona o jornal britânico Independent.>
As fotos são “um forte lembrete de que, enquanto os líderes europeus progressivamente tentam impedir refugiados e imigrantes de se acomodarem no continente, mais e mais refugiados estão morrendo em seu desespero para escapar da perseguição e alcançar a segurança”, acrescenta. >
The Guardian, outro jornal britânico, disse que as fotos levaram para as casas das pessoas “todo o horror da tragédia humana que vem acontecendo no litoral da Europa”. O americano Washington Post classificou a imagem de “o mais trágico símbolo da crise de refugiados do Mediterrâneo”.>
Inicialmente divulgada nas redes sociais, a fotografia do corpo da criança morta que apareceu na praia foi publicada hoje na primeira página de numerosos jornais europeus. >
A ministra da Educação francesa, Najat Vallaud-Belkacem, disse: “Mais insuportável ainda que esta imagem – que na minha opinião deve ser mostrada – porque não devemos desviar o olhar, é a situação desses migrantes”, disse na televisão iTélé. >
O mundo enfrenta a pior crise de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial, segundo organizações como a Anistia Internacional e a Comissão Europeia. Mais de 350 mil imigrantes atravessaram o Mediterrâneo desde janeiro deste ano e mais de 2.643 pessoas morreram no mar quando tentavam chegar à Europa, segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM).>