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Estadão
Publicado em 24 de abril de 2024 às 12:45
A Starbucks pediu, na terça-feira, 23, que a Suprema Corte dos Estados Unidos limite os poderes de uma agência do governo que vem dando apoio a esforços de sindicalização em várias companhias. O caso que está sendo analisado pela Suprema Corte começou em fevereiro de 2022, quando a Starbucks demitiu sete funcionários que estavam tentando sindicalizar uma loja em Memphis, no Estado do Tennessee. >
O Conselho Nacional de Relações Trabalhistas (NLRB, na sigla em inglês) entrou com uma queixa alegando práticas trabalhistas injustas e obteve de um tribunal federal uma liminar temporária que obrigava a companhia a recontratar os funcionários. Um tribunal de recursos confirmou depois a decisão.>
A Starbucks alega que os empregados demitidos violaram uma série de políticas da empresa, permitindo inclusive que uma equipe de TV entrasse na loja após o horário de funcionamento para promover os esforços de sindicalização. A companhia solicitou à Suprema Corte que analisasse o caso com base no argumento de que algumas instâncias inferiores - incluindo os juízes neste litígio - têm seguido um padrão legal que torna muito fácil para o NLRB obter liminares. A empresa afirmou que se os tribunais tivessem seguido um padrão mais tradicional e rigoroso, o caso provavelmente teria tido um "desfecho diferente".>
Na terça, vários juízes conservadores da Suprema Corte questionaram se o padrão favorável ao NLRB usado por alguns tribunais é juridicamente sólido. O juiz Neil Gorsuch perguntou por que o conselho deveria ter melhor tratamento do que outros litigantes governamentais que buscam liminares.>
No governo Biden, o NLRB tem atuado da forma mais agressiva na memória recente para fortalecer as proteções aos trabalhadores. O conselho, que arbitra disputas entre empregadores e trabalhadores, expandiu os meios para a formação de sindicatos e tornou mais fácil para os funcionários contestarem práticas no local de trabalho.>
Também ampliou os tipos de compensação que os trabalhadores podem receber em caso de tratamento injusto por parte do empregador. Somente contra a Starbucks, o NLRB tentou obter liminares em uma dúzia de casos, contestando as respostas da empresa aos esforços de sindicalização.>
Em 2023, mais de 100 mil trabalhadores se organizaram em eleições conduzidas pelo NLRB, o maior número em um único ano desde 2000. >