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Estadão
Publicado em 23 de maio de 2025 às 16:36
Um juiz federal dos EUA bloqueou, na quinta-feira (22), os esforços do governo Donald Trump para deter e deportar estudantes internacionais. As autoridades estão proibidas de prender esses estudantes ou revogar seus vistos enquanto corre o processo. >
O juiz Jeffrey White, da Califórnia, concedeu uma liminar protegendo os estudantes internacionais que estavam entre os milhares que tiveram seus vistos revogados no início deste ano sem justificativa clara.>
Na decisão, ele escreveu que as autoridades do governo provocaram caos, "provavelmente excederam sua autoridade e agiram de forma arbitrária e caprichosa".>
Ainda segundo White, a medida oferece estabilidade e certeza aos estudantes de que "poderão continuar seus estudos ou empregos sem a ameaça constante de uma nova rescisão pairando sobre suas cabeças.">
White, nomeado pelo presidente George W. Bush, um republicano, concedeu a liminar de alcance nacional solicitada pelos advogados de um grupo de estudantes que processou o governo após a revogação abrupta de seu status legal.>
A liminar se aplica a todas as pessoas em situação semelhante que participam do Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio, responsável por regular os vistos estudantes.>
Os estudantes ainda podem ser presos por outros motivos, e seu status legal ainda pode ser revogado se forem condenados por um crime violento com pena superior a um ano de prisão.>
Mais de 4,7 mil estudantes internacionais tiveram sua autorização para estudar nos EUA cancelada com pouco aviso prévio ou explicação, como parte da repressão do presidente Donald Trump contra imigrantes e estrangeiros.>
A decisão foi emitida poucas horas após o governo ter impedido a Universidade de Harvard de matricular estudantes internacionais - a instituição afirma que a medida é ilegal. É provável que essa ordem de alcance nacional impeça, ao menos em parte, que a medida seja aplicada.>
Em decisão separada, o juiz distrital dos EUA, Myong Joun, em Boston, bloqueou o decreto de Donald Trump para desmantelar o Departamento de Educação. Ele ordenou que a pasta recontrate dos funcionários atingidos por demissões em massa. O governo recorreu.>
A decisão representa um revés para o republicano, que prometeu fechar o Departamento de Educação durante a campanha. A agência foi criada pelo Congresso, que precisaria aprovar o seu encerramento, e os esforços de Donald Trump para desmantelá-la enfrentam processos na Justiça.>
O departamento teve o seu quatro de 4,1 mil servidores reduzido pela metade com o corte de 1,3 mil funcionários, em março, somado às adesões ao programa de demissão voluntária do governo>
As ações argumentavam que as demissões deixaram o departamento incapaz de cumprir responsabilidades exigidas pelo Congresso. Isso inclui funções de apoio à educação especial, distribuição de auxílio financeiro e aplicação de leis de direitos civis.>
O juiz argumentou que os autores da ação apresentaram o retrato contundente do dano irreparável da perda de serviços essenciais para as populações estudantis mais vulneráveis dos Estados Unidos.>
Horas depois, o governo recorreu da decisão e criticou o juiz. Em comunicado, a porta-voz Madi Biedermann disse que "mais uma vez, um juiz de extrema esquerda ultrapassou dramaticamente sua autoridade".>
Randi Weingarten, presidente da Federação Americana de Professores, classificou a decisão como "um primeiro passo para reverter essa guerra contra o conhecimento e o enfraquecimento das oportunidades amplas e acessíveis. >