1º âncora gay no JN leva namorado para conhecer bancada

"Só espero sinceramente o dia que isso não seja mais uma notícia", disse o jornalista

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  • Da Redação

Publicado em 10 de novembro de 2019 às 10:03

- Atualizado há um ano

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Matheus Ribeiro entrou para a história do Jornal Nacional ao ser o jornalista mais novo a apresentar o telejornal. Aos 26 anos, Matheus também é o primeiro gay assumido a comandar o JN. Ele namora o capitão do BOPE, o Batalhão de Operações Especiais, de Rondônia, Yuri Piazarollo.

Neste sábado (9), Matheus foi elogiado por vários seguidores nas redes sociais ao levar o namorado aos estúdios da Globo. 

Em entrevista à coluna Leo Dias, o jornalista comentou a repercussão: "Eu não queria minha vida exposta, mas um site sensacionalista usou uma imagem nossa, com os rostos borrados, e publicou a seguinte manchete: 'Âncora do JN vive romance gay com policial do BOPE'. Achei aquilo um absurdo. Não faz a menor diferença eu ser gay ou ser hetero. Só espero sinceramente o dia que isso não seja mais uma notícia", disse.

Jornalista que apresentará JN diz que assumir homossexualidade o aliviou

Um mês antes do desafio, ele decidiu assumir publicamente sua homossexualidade. A decisão foi tomada em comum acordo com o namorado, o capitão da PM Yuri Piazzarollo, com que está há oito meses. 

"É natural as pessoas terem curiosidade, mas houve situações que eu e Yuri achamos desrespeitosas. Alguns comentários envolvendo religião, Deus, dizendo que não éramos corretos. Sou um cara que tem uma fé muito viva. É preciso respeitar a liberdade religiosa. Estou muito bem com Deus. Ao postarmos aquela foto, nós tiramos o poder de qualquer pessoa de dizer maldades. Não tenho nada a esconder de ninguém. Isso me aliviou", disse em entrevista à revista Veja.  (Foto: Reprodução/ Instagram) Ribeiro falou ainda que no passado teve medo que assumir sua orientação sexual o prejudicasse profissionalmente, mas que ficou surpreso e feliz por isso não ter acontecido. "A TV Anhanguera, onde trabalho, e a Globo têm uma mentalidade aberta para valorizar as competências, a despeito de qualquer outra característica. A maior contribuição que posso trazer é mostrar meu trabalho sem me prender a essa questão pessoal. Para combater a homofobia, não preciso ser hétero nem gay: preciso ser apenas humano".

Grato pela oportunidade de sentar na bancada do JN, um dos principais telejornais do país, ele disse que não esperava ser escolhido, mas que iria representar muito bem os goianos. "Não sou um profissional com muitos anos de carreira. É algo que eu não imaginava que pudesse acontecer tão rapidamente na minha vida", confidencia.