257 tiros: Justiça condena militares por mortes de músico e catador no Rio

Apesar da decisão, os réus respondem em liberdade

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  • Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2021 às 07:03

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

A Justiça Militar condenou 8 militares do Exército por matar o músico Evaldo Rosa e o catador de latinhas Luciano Macedo, em 2019. O julgamento terminou no início da madrugada desta quinta-feira (14). 

Eles foram condenados por duplo homicídio e tentativa de homicídio – o sogro de Evaldo, Sérgio, ficou ferido e sobreviveu. Foram 3 votos a 2. Apesar da decisão, os réus respondem em liberdade até que o caso transite em julgado – ou seja, que se esgotem os recursos.

"Eles não têm noção de como estão trazendo uma paz para a minha alma. Eu sei que não vai trazer o meu esposo de volta, mas não seria justo eu sair daqui sem uma resposta positiva", disse Luciana, viúva de Evaldo, após o julgamento. "Hoje vou chegar em casa, vou tomar um banho e acho que hoje vou conseguir dormir", disse a viúva de Evaldo, Luciana dos Santos Nogueira.

Evaldo teve o carro fuzilado no dia 7 de abril daquele ano. No total, 257 tiros foram disparados – 62 atingiram o veículo. Atingido ao tentar ajudar o músico, Luciano morreu 11 dias depois, no hospital.

O julgamento na Justiça Militar, na Ilha do Governador, Zona Norte, durou mais de 15 horas: começou às 9h17 e terminou depois das 0h30.

Em votação, o conselho da Justiça Militar, composto por cinco magistrados – quatro deles militares –, considerou culpados oito réus por homicídio e tentativa de homicídio.