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Wendel de Novais
Publicado em 13 de maio de 2022 às 06:00
ESG, três letras que formam uma sigla capaz de dominar e reger projetos do mundo corporativo que têm como objetivo a implementação de boas práticas sustentáveis, inclusivas e de governança no desenvolvimento de empresas. Assim como na escrita, na prática, cada letra tem seu lugar: significam, respectivamente, Environmental, Social and Governance. Palavras que, em tradução livre para o português, podem ser entendidas como Meio Ambiente, Social e Governança. >
Três pilares mais que conhecidos por grandes empresas, mas não tanto pelas pequenas e médias e a população em geral. Prova disso foram os profissionais que compareceram ao I Fórum ESG Salvador, promovido pelo Jornal CORREIO e o portal Alô Alô Bahia no Porto de Salvador, no bairro do Comércio, nesta quinta-feira (12), com a intenção de solidificar seu conhecimento sobre o tema. >
Ana Bárbara Rocha, 53 anos, é produtora cultural e já tem intimidade no assunto, mas viu no fórum uma oportunidade profissional imperdível. "É uma pauta que estudo desde 2019 e levo para o meu trabalho. ESG tem tudo a ver com esse momento, sobretudo nas questões que envolvem eventos e produções. [...] Para mim, além do social e ambiental, é importante entender o que é relativo à governança porque é preciso alinhar nossas questões profissionais com as que o mundo vem trazendo", afirma Ana.>
Engenheiro químico, Maurício Lima, 47, também esteve no evento durante a manhã desta quinta-feira. Entender melhor o ESG também era seu objetivo principal. "O assunto é de extrema relevância. Tenho alguma informação porque está sempre em discussão no ambiente corporativo, mas queria me aprofundar e saber mais sobre porque é um tema central na gestão de empresas e também para a administração pública", diz o engenheiro.>
O que e para que serve?>
Tanto Ana como Maurício tiveram as respostas que buscavam sobre o tema. Isso porque o advogado e escritor Augusto Cruz, que lançou a 2ª edição do livro “Introdução ao ESG” durante fórum, deu uma palestra na ocasião, destrinchando a sigla e diferenciando as práticas efetivas de ações sem impactos promovida por empresas. Para a reportagem, o consultor e especialista no tema explicou que o ESG é uma evolução do conceito de sustentabilidade, agora mais arraigado à alta direção das empresas. >
"Chegamos ao ponto em que precisamos salvar o planeta. Temos mudanças climáticas e injustiças sociais. Quando olhamos para os causadores desses problemas, vemos que as empresas estão muito ligadas a isso. [...] O ESG é o movimento de adoção de políticas e estratégicas que mitigam as mudanças climáticas e combatem as injustiças sociais por parte dessas empresas", afirma Cruz.>
Ainda segundo ele, não é qualquer ação que pode ser vista como fruto de um trabalho ancorado no ESG. "Há empresas que se valem disso para praticar Brandwashing. Por exemplo, no mês que é do orgulho LGBTQIA+, colocam o arco-íris no ícone do Instagram, mas não têm qualquer ação para incluir pessoas gays ou pessoas trans em seus ambientes de trabalho e nos seus cargos de liderança", afirma ele. Brandwashing é um termo usado para nomear ações que servem para a limpeza da imagem das marcas sem qualquer finalidade prática que promova mudança.>
Augusto explica ainda o que, de fato, é considerado prática ligada a ESG e como ela é aplicada no ambiente corporativo. "O ESG vem da alta direção das empresas e é aplicado de maneira transversal. A empresa se pergunta como suas ações podem reverberar nesses pontos e promove, por exemplo, um olhar em cada setor sobre diversidade e inclusão, passa a pensar ações que reduzam impacto no meio ambiente como neutralização do carbono, reciclagem e geração de menos poluentes", completa.>
O I Fórum ESG Salvador é um projeto realizado pelo Jornal Correio e Alô Alô Bahia com o patrocínio da Acelen, Unipar, Yamana Gold, Bracell, BAMIN, Socializa e Suzano, apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador e Sebrae, apoio de Contermas, Battre, Termoverde, Terra Forte, Hela, Retec, Ciclik, Larco, Grupo LemosPassos, Fundação Norberto Odebrecht e Hiperideal, parceria de Vini Figueira Gastronomia, Fernanda Brinço Produção e Decoração, Uranus2, TD Produções, Vinking e Suporte Eventos.>
Glossário do ESG:>
E: Environmental, que em tradução livre, quer dizer Meio Ambiente e representa as práticas ligadas à sustentabilidade, como a neutralização do carbono.S: Social, que em tradução livre, quer dizer Social e representa práticas de incentivo à diversidade e inclusão no mundo corporativo.G: Governance, que em tradução livre, quer dizer Governança e representa práticas ligadas à administração privada focada em questões como ética e conduta e transparência.Brandwashing: É um termo usado para nomear ações que servem para a limpeza da imagem das marcas sem qualquer finalidade prática que promova mudança.Stakeholders: Partes interessadas, pessoas que afetam ou são afetadas pelos negócios. Clientes e fornecedores, por exemplo. Shareholders: Acionistas das empresas ligadas ao ESG.>
REVEJA O I FÓRUM ESG SALVADOR >
Agenda social>
O I Fórum ESG Salvador foi visto por muitos como uma oportunidade única para discutir modelos de negócio sustentáveis no estado. Por isso, não faltaram nomes importantes no evento, que avaliaram bem a programação. >
Cláudia Vaz, diretora executiva do Instituto ACM>
"É um tema que vem sendo falado há um tempo, mas que volta a tona por conta de considerações importantes, principalmente, depois da pandemia. Fundamental colocar o pé no chão, ir para comunidades desfavorecidas e fomentar um mundo menos desigual, que é um dos objetivos colocados em pauta aqui", afirma a diretora.>
Ângelo Castro, diretor regional da Solvi>
"Esse fórum tem uma relevância muito importante para a região. Fomenta esses três pilares que estão na moda, mas, pro nosso grupo, fazem parte dos nossos valores há bastante tempo. O ESG trata da preservação do ambiente, de cuidar das pessoas e ações de governança, que é o que entendemos como correto", destaca Castro.>
Gilson da Hora, gerente de marketing do Shopping Itaigara>
"É uma iniciativa super bacana porque traz grandes novidades que podemos aplicar no ambiente corporativo sem diminuir a rentabilidade. São várias ações para iniciar a montagem de um comitê onde podemos fazer essas implementações desde a redução do impacto ambiental até a promoção da diversidade", completa o gerente.>
*Com orientação de Jorge Gauthier>