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Polícia apresentou a dupla suspeita do latrocínio em Paripe
Eduardo Dias
Publicado em 21 de agosto de 2019 às 15:00
- Atualizado há um ano
Autores confessos da morte do eletricista Robson Moitinho Lima, de 46 anos, Rodrigo Campos Papa Sousa e Allan Denisson Araújo Santana, ambos de 19 anos, foram apresentados nesta quarta-feira (21) na sede da Polícia Civil, na Piedade. À imprensa, Allan, o autor do disparo, alegou que não tinha intenção de matar a vítima.
Robson morreu após levar um tiro no peito na última sexta-feira (16), durante um assalto a ônibus. Segundo Allan, a intenção era apenas "dar um susto" no eletricista.
"Nós já íamos descer, já tínhamos pego os aparelhos. Foi quando ele (Robson) me surpreendeu com uma gravata e eu fui tentar dar uma coronhada nele, mas a arma disparou. Eu só queria botar pânico nele, só assustar ou intimidar. Não era a minha intenção matar, eu me assustei quando ele reagiu. Depois disso, eu entrei em desespero e saí correndo do ônibus. Tenho noção do que fiz, foi uma fatalidade", explicou Allan.
A dupla foi apresentada nesta quarta-feira (21) na sede da Polícia Civil, na Piedade, pelo Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP) e o Grupo Especial de Repressão a Roubos em Coletivos (GERRC).
Segundo a polícia, Allan foi reconhecido por testemunhas através de fotos de outra investigação do GERRC, por outros roubos em coletivos. Ele foi o primeiro a ser preso, ainda durante a manhã da última segunda-feira (19), dentro de uma residência em Paripe, próximo ao local onde ocorreu o assalto. Já Rodrigo foi encontrado pelas equipes do GERRC no dia seguinte, terça-feira (20), numa outra casa próxima à que o comparsa estava.
Durante o assalto, Allan foi o responsável por recolher os pertences das vítimas. Ele foi surpreendido pelo eletricista, que lhe aplicou uma gravata após ter seu celular tomado. Ao tentar se soltar, o criminoso pegou a arma do comparsa e atirou contra Robson e o matou.
Investigação Segundo o responsável pelas prisões, o coordenador do GERRC, delegado Glauber Uchiyama, a arma do crime, um revólver calibre 38, não foi encontrada. No entanto, a dupla revelou onde fez o descarte e confessou a participação em outros três assaltos a coletivos nos bairros de Paripe, Águas Claras e Abrantes.
"Eles confessaram o crime e disseram que descartaram a arma numa boca de fumo do bairro. Allan alegou que o motivo do disparo foi por causa do desespero após a reação da vítima ao assalto. A orientação que sempre damos é que nunca reajam a assaltos em coletivos", disse Uchiyama.
De acordo com a delegada Maria Selma, Alan e Rodrigo são moradores de Paripe e, apesar de terem confessado participações em outros crimes, não possuem nenhuma passagem pela polícia.
Após o cumprimento do mandado de prisão preventiva, a dupla foi encaminhada pelos policiais para o sistema prisional, onde ficará à disposição da Justiça.
Relembre o caso O assalto que culminou na morte de Robson ocorreu por volta das 19h30 de sexta-feira (16), dentro de um ônibus do Consórcio Integra Plataforma, da linha 1604 (Base Naval – Lapa), próximo a uma fábrica de gelo, em Paripe, no Subúrbio Ferroviário. Segundo testemunhas, o eletricista reagiu ao assalto.
De acordo com informações da Polícia Civil, dois homens anunciaram o assalto ao coletivo quando o transporte passava por um viaduto em Paripe. A vítima entrou em luta corporal com um dos criminosos e foi atingida com um tiro no peito. Socorrido para o Hospital do Subúrbio, Robson não resistiu e morreu em seguida.
Em nota, a PM informou que uma equipe da 19ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Paripe) foi acionada, por volta das 20h, via Centro Integrado de Comunicação (Cicom), que havia um homem baleado no interior de um ônibus, em Paripe.
Ainda segundo a PM, a dupla de assaltantes conseguiu fugir para uma comunidade na região de São Tomé de Paripe. Em seguida, as equipes da 19ª CIPM realizaram rondas e incursões no local a procura dos responsáveis, mas ninguém foi preso.
Passageiros e outras testemunhas do crime foram ouvidas pela polícia, e imagens de câmeras de vigilância do ônibus foram solicitadas.
O eletricista deixa esposa e quatro filhos. O corpo dele foi enterrado na tarde deste sábado (17), no Cemitério Municipal de Paripe.
Já na terça-feira (20), por volta das 7h, moradores do bairro de Fazenda Coutos realizaram um protesto na BA-528, a Estrada da Base Naval de Aratu, também conhecida como Estrada do Derba. Por cerca de duas horas, eles queimaram pneus e interditaram trecho da rodovia, em ambos os sentidos.
A manifestação foi encerrada após cerca de 20 minutos de negociação com policiais militares. De acordo com a TV Bahia, o Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBMBA) esteve no local e apagou o fogo dos pneus. A Polícia Rodoviária Estadual (PRE-BA) também esteve no local.
Os manifestantes pediram segurança e melhorias na infraestrutura do local, além de requalificação da rodovia.