A quadra é a inspiração para a gestão no handebol

Linha Fina Lorem ipsum dolor sit amet consectetur adipisicing elit. Dolorum ipsa voluptatum enim voluptatem dignissimos.

  • Foto do(a) author(a) Ivan Dias Marques
  • Ivan Dias Marques

Publicado em 20 de janeiro de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: .

O handebol masculino brasileiro passa por sua melhor fase na história, mas a gente precisa contar a parte ruim disso. Hoje, a seleção começa a disputar a segunda fase do Mundial e já garantiu, no mínimo, o 12º lugar, uma posição acima da melhor campanha da história.

No entanto, a Confederação Brasileira de Handebol (CBHb) conta, atualmente, com um presidente tampão, já que Manuel Luiz de Oliveira, presidente da CBHb desde 1989 (quase 30 anos!), foi afastado do cargo no ano passado por ordem da Justiça.

Pior, em julho, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca na operação Sete Metros (nome da maior penalidade num jogo de handebol) em seis cidades para apurar associação criminosa entre gestores.

A suspeita é que os R$ 6 milhões de dinheiro público aplicados no Mundial de 2011, sediado pelo Brasil, não tenham sido usados bem para isso. Como é de praxe no país: superfaturamento, notas frias, contratações de empresas de caráter duvidoso, falsificação, etc.

Maior patrocinador da entidade, o Banco do Brasil não renovou o contrato e agora a CBHb mal tem dinheiro. Considerando-se que o Esporte perdeu o status de Ministério, vai faltar verba para todo mundo.

Assim, cambaleando, a seleção chegou à Alemanha sob desconfiança. Mas fez um belo jogo contra a França e perdeu por apenas dois gols. A acachapante derrota para a Alemanha parecia nos trazer de volta para a realidade, mas foi apenas a exceção nesta bela campanha, sem transmissão de televisão.

Espero que o resultado final, que já é positivo, sirva para a gente olhar com mais carinho para o esporte e que os gestores - pra variar - possam, enfim, gerir sem segundas intenções.

Boxe Robson Conceição venceu mais uma, desta vez contra o mexicano Hector Ambriz. O baiano já chama atenção da mídia americana, mas ainda divide opiniões. Tem quem ache que o campeão olímpico tem evoluído e destaca o gás dele nos oito rounds, fazendo com que esteja ativo durante toda a luta. No entanto, por outro lado, há quem veja o baiano evoluindo pouco e jogando muitos golpes a esmo. De fato, Robson exagerou no início da luta contra Ambriz, talvez sabendo da necessidade de impressionar o empresário Bob Arum e mostrar que tem condições de lutar por um cinturão. A partir do 2° round, esteve mais focado em vencer. Robson segue invicto, mas ainda precisa de desafios maiores. Pra ontem.

Base Bahia e Vitória, enfim, tomaram a decisão mais correta, na minha opinião. Usar o estadual como parte da maturação da base é o melhor caminho quando se tem um calendário desumano como é o brasileiro. As equipes investem pesado para terem menos de 15 dias de pré-temporada para os atletas, que precisarão enfrentar até cinco competições, fora viagens e concentração.

Alguém precisa ser sacrificado nesse percurso e não pode ser o clube, nem os jogadores. Melhor que seja quem dá retorno menor aos cofres. Quando o Campeonato Baiano premiar melhor, a prioridade dos clubes, quem sabe, pode mudar. Até lá, foco nos outros.

Ivan Dias Marques é subeditor de Esporte e escreve aos domingos.