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Geraldo Bastos
Publicado em 21 de agosto de 2019 às 06:00
- Atualizado há 2 anos
A competitividade da indústria da mineração quase sempre exige estruturas logísticas robustas e eficientes. Neste aspecto, a conclusão da Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol) e a construção do Porto Sul são consideradas obras fundamentais para a expansão do setor na Bahia. Juntos, os dois empreendimentos terão impacto não apenas em megaprojetos do setor, como o da Bamin, mas também sobre outros segmentos da economia, sobretudo o agronegócio. Mais que isso: vai viabilizar - com a redução dos custos de transportes - a atração de novos negócios e empresas, beneficiando dezenas de municípios.>
"A partir do investimento em infraestrutura diversas oportunidades vão ser alavancadas. Hoje, ao longo do corredor da Fiol, já temos várias ocorrências minerais que podem se transformar em operações. A modernização da infraestrutura logística, certamente, colocará a Bahia numa posição muito competitiva, saindo do quarto lugar e chegando muito próximo do segundo maior produtor de riqueza mineral do país", diz Eduardo Ledsham, presidente da Bamin.>
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Uma das estrelas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a Fiol deveria ter sido concluída em 2014. A obra, que já consumiu recursos da ordem de R$ 3,4 bilhões, no entanto, está parada há mais de três anos. O histórico de execução do projeto inclui problemas crônicos: falta de recursos, paralisações dos serviços em vários trechos, abandono de canteiros pelas empreiteiras, greve de operários e problemas com licenciamento ambiental. Esta é a parte ruim da história.>
Agora a boa notícia: o Ministério da Infraestrutura confirmou para o início do ano que vem o leilão de concessão da ferrovia para iniciativa privada. A minuta do edital de concessão, inclusive, já está sob análise do Tribunal de Contas da União (TCU). Em seguida, será lançado o edital. A expectativa é de que o certame atraia consórcios de empresas, principalmente da China. A Rumo - maior operadora ferroviária do Brasil - também avalia participar do leilão. >
Inicialmente será licitado e concedido - por um prazo de 33 anos - o trecho que liga Caetité a Ilhéus, conhecido como Fiol-1. São 537 quilômetros de extensão, sendo que 76% deste total já estão concluídos. Após a retomada das obras, o trecho deverá ficar pronto em dois anos. >
Já a Fiol-2, entre Caetité e Barreiras, totaliza 485 Km. A proporção já construída é de 34% do total. Estão previstos também outros 505 Km de estradas de ferro entre Barreiras e Figueirópolis, no Tocantins, a Fiol-3, em fase de revisão de estudos e projetos.>
Quando estiver pronto, o trecho entre Caetité a Ilhéus terá capacidade para transportar até 60 milhões de toneladas por ano. A principal mercadoria a ser escoada é o minério de ferro proveniente das minas da Bamin. A demanda prevista é de 18 milhões de toneladas por ano. Este volume de carga poderá ser complementada com cerca de 3 milhões de toneladas de grãos provenientes da região de Barreiras.>
"Se você analisar o projeto de maneira integrada - com a mina, a ferrovia e o porto - só com a operação da Bamin, a Fiol se viabiliza", conta Eduardo Ledsham, acrescentando ainda que a ferrovia terá impacto direto em 32 municípios baianos, criará um novo corredor logístico no Brasil e incentivará novos investimentos e negócios na região. >
Porto Sul >
A viabilidade econômica do projeto da Bamin depende ainda da construção do Porto Sul, em Ilhéus. O empreendimento já começou a sair do papel. Em maio passado, o governador Rui Costa e representantes da empresa assinaram o termo de unificação dos terminais do porto e a constituição da Sociedade de Propósito Específico (SPE) para a construção do porto.>
Na prática, o termo permitiu o início do processo de desapropriações. Contempla, ainda, uma mudança no projeto original: inicialmente, o porto teria dois terminais - um de uso público e outro de uso privado. Agora, terá um.>
A unificação dos terminais foi adotada como forma de assegurar o aumento da eficiência operacional do porto, a partir do uso compartilhado das estruturas marítimas e terrestres pelo estado e pela Bamin. Foi uma forma também de reduzir os custos. A previsão é de um investimento de R$ 2,5 bilhões. A capacidade do porto será de 40 milhões de toneladas, metade desse volume será usado pela Bamin. >
"Atualmente, estão sendo realizados os atos preparatórios para a construção do equipamento, a exemplo de desapropriações, capacitações de mão de obra local, além da implantação dos programas ambientais a serem executados, com resgate de fauna e flora", diz o secretário da Casa Civil, Bruno Dauster. >
O I Fórum Internacional de Sustentabilidade na Mineração é uma iniciativa da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) e da Secretaria de Ciência Tecnologia e Inovação da Bahia (Secti), com o apoio do CORREIO, que tem como patrocinadores a Companhia Vale do Paramirim, Bahia Mineração (Bamin), Sindicato das Indústrias Extrativas de Minerais (Sindimiba) e a Vanádio de Maracás S/A. >