Ação de reciclagem coleta mais de 6 toneladas e gera renda para catadoras

Braskem Recicla uniu entretenimento a consumo consciente, além de promover inclusão econômica de mulheres

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  • Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2020 às 06:45

- Atualizado há um ano

. Crédito: Tayse Argôlo/Divulgação
. por Tayse Argôlo/Divulgação

A pandemia tem gerado diversos debates que oportunizam um cenário favorável a transformações e novos comportamentos. Como prática desse momento, a ação de sustentabilidade Braskem Recicla fomentou a economia circular, promovendo a destinação correta e reciclagem de mais de seis toneladas de resíduos coletados no Big Drive In Salvador, no novo Centro de Convenções. O volume superou as expectativas da organização, arrecadando uma tonelada a mais de materiais recicláveis. 

Com patrocínio da Braskem, a iniciativa foi realizada pela startup baiana Solos, com apoio da cooperativa Cooperguary. "Estamos sempre incentivando o desenvolvimento da cadeia produtiva de reciclagem por acreditar que os resíduos podem ser transformados em outros produtos, promovendo o uso consciente dos recursos e ao mesmo tempo estimulando a inclusão social ao gerar renda para os catadores", afirma Magnólia Borges, gerente de Relações Institucionais da Braskem na Bahia.

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A ação contou com a participação e engajamento do público, que ao chegar no evento recebia duas sacolas para separar materiais recicláveis e não-recicláveis. Na saída, as embalagens eram depositadas nos coletores indicados, tudo feito dentro do veículo pelo próprio participante, de maneira segura e prática. Todo resíduo coletado ficou em quarentena antes de ser manipulado pelas catadoras, garantindo a segurança delas. No total, foram 6048 mil quilos de garrafas, copos plásticos, vidro e latas de alumínio e outros materiais, que foram triados na central de reciclagem instalada no local, garantindo a destinação adequada.

Além dos resíduos gerados no próprio drive in, através das redes sociais, a organização do projeto estimulou que estabelecimentos da região e o próprio público levassem seus resíduos para a central. “Pra mim foi muito bom que a ação abriu as portas para a gente entregar os recicláveis também de nossa casa. Juntou o útil ao agradável. Lá em casa, a gente estava juntando há muito tempo e não tínhamos onde deixar, porque as cooperativas são distantes. Essa foi uma oportunidade de finalmente entregarmos e eu fiquei muito feliz em fazer minha parte”, conta Gabriela Guimarães, de 28 anos, que levou seus resíduos mais de uma vez.

Os princípios da economia circular e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) foram usados como referência, dando foco em gerar a reciclagem e a inserção socioeconômica, através de uma equipe 100% formada por mulheres, desde a coordenação até a operação. 

“Foi a primeira vez na história da cooperativa que uma mulher liderou sozinha uma operação de reciclagem. E isso fez com que a gente entendesse que nós (mulheres) temos poder de conseguir nosso dinheiro e nossos sonhos, através do nosso trabalho”, declara Nelia Calhau, 37, cooperada há cinco anos da Cooperguary, cooperativa que viu seu faturamento cair cerca de 52% durante a pandemia, devido ao fechamento de muitos estabelecimentos, o que afetou imediatamente a renda dos trabalhadores.

Com a realização do Braskem Recicla, Nelia, que é a responsável por manter os maiores custos da sua família, viu uma oportunidade de complementar o orçamento familiar. “O coronavírus dificultou muito, tem sido uma batalha trabalhar. A gente precisava de um evento desse para retomar. Além de ser meio de sustento para muitas famílias, é importante para crescer a consciência do ser humano, que acha que pode jogar tudo no lixo, mesmo coisas que poderiam ser recicladas”, pontua.

Para Saville Alves, sócia co-fundadora da Solos, realizadora da ação, os resultados alcançados foram surpreendentes. “A ação gerou resultados transversais, que não esperávamos, em um tempo tão curto. Isso nos fez acreditar ainda mais que a reciclagem deve ser cada vez mais profissionalizada, para que possa ser um vetor de inserção socioeconômica justo, que gere autonomia e valorização, sobretudo dos mais vulneráveis. As mulheres, neste caso, demonstraram total capacidade de realização e o público colaborou com entusiasmo e participação. Estamos com boas expectativas que mais ações como esta sejam realizadas, ampliando os impactos positivos”.