'Achei que iria morrer como George Floyd', diz mulher que teve pescoço pisado por PM

Vítima não está conseguindo dormir após agressão

Publicado em 14 de julho de 2020 às 11:37

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução / TV Globo

Nos últimos dias viralizou o vídeo de uma mulher negra de 51 anos sendo imobilizada por um PM pisando em seu pescoço em Parelheiros, no extremo sul de São Paulo. A cena lembrou a morte de George Floyd, que foi assassinado em circustâncias parecidas.

Não foi apenas o público que notou a semelhança. A vítima disse, em entrevista ao programa Encontro da Fátima Bernardes, da TV Globo, que achou que iria morrer igual o americano.

"Achei que iria ser morto como ele [George Floyd]. Eu estava no chão e lembrava daquela cena dele. Achei que iria morrer ali", disse a mulher.

A vítima da violência policial não quis se identificar, mas é uma mulher viúva, com cinco filhos e dois netos. Ela disse que os netos e filhos viram a imagem na TV depois, e ficaram indignados."Ainda não consigo dormir, acordo de noite várias vezes", disse ela.A vítima disse ainda que não voltou ao bar onde a violência ocorreu pois está com problemas na parte que quebrou durante o incidente com a PM. Ela foi socorrida ao hospital e passou por uma cirurgia.

A mulher disse ainda que achou que o policial que a imobilizou estava "agressivo". "Ele estava fora de si", afirmou a vítima.

O ato do policial militar de pisar no pescoço de uma mulher negra de 51 anos para imobilizá-la foi errado e não faz parte do procedimento operacional da corporação, informou ao G1 o porta-voz da PM de São Paulo, capitão Osmário Ferreira. Segundo ele, a Corregedoria da PM instaurou inquérito militar em maio para apurar o caso assim que soube das imagens.

Os dois PMs que aparecem no vídeo estão afastados do serviço ativo da corporação em maio, quando o vídeo foi descoberto.