ACM Neto determina expulsão sumária de Sara Winter do DEM

Prefeito criticou atos comandado pela ativista, que lidera 300 pelo Brasil

Publicado em 2 de junho de 2020 às 11:01

- Atualizado há um ano

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Presidente nacional do DEM, o prefeito ACM Neto determinou que a ativista bolsonarista Sara Winter seja sumariamente expulsa do partido. Na segunda (1º), o prefeito classificou de "criminosas" pessoas ligadas a protestos como os que Sara tem comandado. Nesta terça-feira (2), Neto afirmou que os atos promovidos por ela no final de semana não compactuam com o que o partido defende.

"Essa senhora promoveu movimentos inaceitáveis de desrespeito à democracia, de agressão às instituições. Movimento que sem dúvida alguma flerta com tendências autoritárias, que são inaceitáveis para o nosso país. As atitudes dela confrontam com o espírito do Democratas, com os princípios do nosso partido.  Para o Democratas, a democracia é um valor inegociável. Não iremos tolerar, aceitar ou compactuar com nenhum tipo de movimento que possa colocar em risco a democracia", afirmou.

Sara lidera o autodenominado grupo 300 do Brasil, que faz acampamento em Brasília e fez um ato contra o Supremo Tribunal Federal (STF) com estética similar à do grupo supremacista Ku Klux Klan, com rostos cobertos e tochas. Ela é também um dos alvos da operação contra fake news do STF.

A ativista se filiou ao DEM em 2018, quando tentou se eleger deputada estadual pelo Rio de Janeiro, sem sucesso.  Segundo Neto, ela "não tinha nenhum tipo de atividade partidária, disputou eleição pelo partido, mas não tinha participação ativa com o partido, mas estava afiliada".

O prefeito já havia criticado o comportamento que "passou dos limites" dos manifestantes ligados a Sara. "Pessoas encapuzadas. Pessoas com tocha nas mãos. Pessoas defendendo agressões ao Supremo Tribunal Federal. Pessoas defendendo intervenção militar. O Brasil não tem condições de estar vivendo isso, e é uma extra insensibilidade com os milhares de mortos, e com as famílias que estão sofrendo nesse momento", afirmou ontem, lembrando a pandemia que o país enfrenta.

"É inaceitável. Está passando de todos os limites. Além do mais, qualquer coisa que signifique agressão física, enfrentamento físico, nada disso pode ser tolerado. Então, fica aqui o meu repúdio como cidadão, mais do que como presidente do Democratas ou prefeito de Salvador, o meu repúdio como cidadão a esses radicais insensíveis, a essas pessoas que são criminosas", completou.

O grupo comandado por Sara foi chamado de "milícia armada" pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que entrou com ação civil pública na Justiça pedindo dispersão do acampamento. 

Falando à BBC Brasil, Sara afirmou que havia armamento no acampamento "para proteção dos próprios membros". Eles arracadaram mais de R$ 80 mil em uma vaquinha on-line para manter custos e pagar um "treinamento". O site que hospedava a vaquinha removeu a arrecadação após pressão nas redes sociais.