Acusado de matar Augusto Omolú começa a ser julgado nesta quinta-feira

Coreógrafo foi assassinado com golpes de faca

Publicado em 23 de maio de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Almiro Lopes/ Arquivo CORREIO

O julgamento do acusado de matar o bailarino e coreógrafo Augusto José da Purificação Conceição, o Augusto Omolú, está marcado para acontecer nesta quinta-feira (23). O crime ocorreu em junho de 2013, e Cleverson Santos Teixeira foi preso cerca de dois meses depois. Omolú tinha 50 anos e era um artista reconhecido nacional e internacionalmente. Cleverson (de azul) e Omolú (de branco) se conheceram em um bar (Foto: reprodução) Cleverson será julgado pelo Tribunal do Júri da comarca de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), às 8h. Ele foi denunciado pelo Ministério Público da Bahia, por meio do promotor Luciano Valadares, pelos crimes de homicídio cometido mediante emboscada, dissimulação ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima, e pelo crime de furto de um aparelho celular.

Na época, o acusado tinha 20 anos e era conhecido como Bobô. Ele contou que conheceu o bailarino em um bar, no bairro de Portão, em Lauro de Freitas, e que recebeu R$ 100 de Omolú para fazer um programa. Os dois seguiram para a casa da vítima, um sítio em Buraquinho, na mesma cidade, mas se desentenderam durante a relação. Vítima foi morta em casa (Foto: Arquivo CORREIO) Cleverson contou que durante a briga foi até a cozinha, pegou uma faca e golpeou a vítima diversas vezes na região do pescoço. Omolú morreu no local. Após o crime, o acusado fugiu levando o celular do coreógrafo.

Segundo a polícia, o aparelho foi usado para comprar drogas e foi através dos compradores que os investigadores chegaram na casa dele. Aldair Iran, José Cláudio Andrade Lima, o Lubi, e Paulino dos Santos, informaram a localização de Cleverson, que foi preso em casa. Cleverson (último da direita) e os homens que o entregaram (Foto: Arquivo CORREIO) Depois de passar cerca de um ano preso, o acusado conseguiu o direito de responder ao processo em liberdade. Apesar disso, foi preso novamente durante uma tentativa de assalto.

A polícia informou, na época, que Cleverson foi surpreendido por uma equipe da Polícia Militar, quando tentava roubar uma motocicleta e o celular de uma vítima. Ele foi conduzido à 23ª Delegacia (Lauro de Freitas) e autuado em flagrante por tentativa de roubo.

Antes desses crimes, ele já havia sido preso em  2011, quando roubou um celular e R$ 200 de uma mulher na região de Itinga. Cumpriu seis meses de pena, na época. Multidão acompanha o sepultamento do coreógrafo (Foto: Arquivo CORREIO) Referência Augusto Omolú era considerado uma referência e um ícone da popularização dos espetáculos de dança em Salvador. Ele foi diretor artístico e coreógrafo do grupo anfitrião do Carnaval de Nice (França), em 1991, com Gilberto Gil.

Em 2002, o coreógrafo baiano se tornou o único brasileiro a integrar o elenco da célebre Odin Teatret, companhia dinamarquesa fundada em 1964 pelo diretor italiano Eugenio Barba. Após retornar do exterior, em 2011, vinha atuando como professor da Escola de Dança da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb) e do Projeto Axé. Corpo de Omolú foi velado no TCA (Foto: Arquivo CORREIO) Um ano antes de ser assassinado, ele foi convidado a assumir a função de assessor artístico do Balé Teatro Castro Alves (BTCA). Como assistente do curador geral Jorge Vermelho, Omolú começava a dividir a responsabilidade de montar os espetáculos da companhia, até que teve a vida interrompida.