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Da Redação
Publicado em 31 de agosto de 2022 às 15:26
- Atualizado há 2 anos
O dono e o gerente da loja no Centro de Salvador que foram acusados de torturar os funcionários foram ouvidos, nesta quarta-feira (31), na delegacia. O dono já havia sido ouvido anteriormente.>
Antes dos depoimentos, o delegado Willian Achan, que está à frente do caso, afirmou que não deve pedir a prisão preventiva dos investigados, Alexandre e Diógenes Carvalho. Os acusados são parentes.>
À TV Bahia, Achan disse que ainda não há elementos para pedir a prisão deles durante o curso das investigações. Os jovens foram agredidos a pauladas e um deles teve a mão queimada, como "punição" pelo suposto furto de R$ 30 da empresa – valor que as vítimas negam que tenham pegado.>
A prisão provisória é pedida nos seguintes casos: para garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.>
Segundo o delegado, a prisão ainda não se justifica, pelo fato de um dos suspeitos ter se apresentado à polícia e se mostrar disposto a contribuir com as investigações, sem risco de fuga. O segundo suspeito, no entanto, até a manhã desta terça-feira (31), não havia aparecido na delegacia. A reportagem não conseguiu contato da defesa dos investigados.>
Ainda de acordo com a polícia, cinco pessoas já foram ouvidas na 1ª DT/Barris sobre o inquérito policial. Entre os depoimentos coletados, até o momento, estão os dos feridos, das mães e de um dos acusados. Os laudos de exames de lesões corporais irão contribuir para os próximos passos da investigação, a partir da gravidade das lesões constatadas.>
"Além das pauladas e de serem queimados, eles foram colocados de saia para desfilar pela rua", diz o delegado à TV. O Ministério Público da Bahia (MP-BA) deve aguardar a conclusão do inquérito, para oferecer denúncia à Justiça. O Ministério Público do Trabalho (MPT) abriu o próprio inquérito para investigar os empresários.>
A defesa dos acusados alegou que, em novo depoimento, houve a confissão do crime de lesão corporal, mas não de tortura. "Temos que ter cuidado, na ânsia de uma resposta à sociedade, para não cometermos uma injustiça", diz o advogado à TV Bahia.>
William, um dos funcionários, afirma que os patrões armaram uma emboscada para os jovens, que se dirigiram ao estabelecimento acreditando que seria um dia normal de trabalho. Ambos foram espancados e tiveram as mãos queimadas com os dizeres "A 171", em referência ao artigo 171 do Código Penal, que trata de estelionato.>
"Me bateram, me agrediram, queimaram minha mão com ferro de passar roupa e disseram que eu estava roubando nos dois meses que eu trabalhei na loja, me pedindo pra confessar e me gravando", disse à TV Bahia. "Depois de dois dias, meu colega foi agredido".>
O Ministério Público do Trabalho (MPT) na Bahia afirma que abriu procedimento para apurar os detalhes. >