Adolescente de 15 anos morre com suspeita de infecção por variante de Manaus

Vítima era uma garota de 15 anos; Sesab investiga o caso

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  • Vinicius Nascimento

Publicado em 11 de março de 2021 às 20:59

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação/Sesab

Uma adolescente morreu por complicações da Covid-19 no sul do estado no sábado passado, dia 6 de março. O caso aconteceu, em Ilhéus, e a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) investiga se ela estava infectada com a variante P.1, surgida em Manaus - capital do Amazonas.

A adolescente deu entrada no Hospital Costa do Cacau para realizar uma cirurgia e já dentro da unidade foi diagnosticada com coronavírus. Não há informações sobre o procedimento cirúrgico que ela realizou.

Procurada, a Sesab afirmou que a Bahia tem 19 casos da variante de Manaus confirmadas em seu território. Quatro pessoas já morreram vítimas desse tipo de infecção. Além disso, há registro de seis casos da variante VOC B.1.1.7, do Reino Unido - ninguém foi vítima dela aqui na Bahia.

A Prefeitura de Ilhéus confirmou que há dois casos suspeitos da variante circulando na cidade e emitiu um alerta para que a população reforce o uso de máscaras, utilize álcool gel e evite aglomerações.

De acordo com estudos, a variante do Reino Unido é até 90% mais contagiosa e 58% mais letal. Segundo apontou a Fiocruz, adultos infectados pela variante P.1 de Manaus têm uma carga viral 10 vezes maior do que por outras cepas. A maior carga viral contribui para a propagação mais rápida da doença.

Transmissão comunitária No último dia 4 de março, a Superintendência de Vigilância e Proteção à Saúde, da Sesab, emitiu um alerta para todas as unidades de saúde da Bahia sobre a disseminação, de forma comunitária, das variantes do coronavírus do Reino Unido e de Manaus no estado.

De acordo com o comunicado, na quarta-feira (3), o Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (lOC/Fiocruz) e a Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen) notificaram a identificação, através de sequenciamento, de mais casos da variante Sars-CoV-2 P.1 da linhagem B.1.1.28, de Manaus, e da variante Sars-CoV-2 VOC 202012/01 da linhagem B.1.1.7, do Reino Unido, em amostras provenientes do estado da Bahia. 

A coordenadora da Coordenação de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS), Talita Urpia, diz que o alerta nacional está voltado para três variantes e que a Bahia já tem duas delas. "Das variantes de atenção, que são as linhagens que sofreram mutações e que apresentam maior transmissibilidade e gravidade dos quadros dos pacientes, o Ministério da Saúde alerta para três: a da África do Sul, a do Reino Unidos e a de Manaus. Aqui na Bahia, já temos a desses dois últimos locais”, explica. 

As duas variantes são consideradas de risco por causa das mutações que apresentam e estão diretamente relacionadas a um aumento de transmissibilidade e maior gravidade dos quadros e risco de morte. “A gente percebe que existe um quadro mais grave nos pacientes que estão infectados com a variante de Manaus, tivemos óbitos e a maioria necessitou de hospitalização. Esses infectados tinham entre 29 e 90 anos. Já com os pacientes infectados com as variantes do Reino Unidos, ainda não houve hospitalizações e todos foram curados”, afirma a coordenadora.

Desde o começo de fevereiro deste ano, a cepa de Manaus está presente no território baiano. Um estudo do final de fevereiro, coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Amazônia, constatou que a carga viral de pacientes contaminados pela cepa P.1 é bem maior do que em pacientes com outras cepas que circulam no Amazonas.

No dia 17 de fevereiro, a Sesab anunciou a detecção de transmissão comunitária na Bahia da variante britânica.

Na ocasião, o resultado foi apresentado após o sequenciamento genético da amostra de um homem de 62 anos, residente em Salvador, sem histórico de viagem ao exterior, nem contato com pessoas com esse perfil.