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Da Redação
Publicado em 3 de junho de 2019 às 15:03
- Atualizado há 2 anos
Salvador tem perdido consumidores na aviação aérea. O cenário é notado desde 2014, quando cerca de 1,3 milhão de passageiros deixaram de voar no estado. >
Em 2016, por exemplo, houve queda de 16,9% de passageiros, enquanto em Fortaleza (CE) a redução foi de 10,1%. No mesmo ano, Recife cresceu 1,7%. Esses são os três principais aeroportos da região Nordeste.>
Já em 2018, quando o cenário ficou mais favorável no cenário da aviação, a Bahia cresceu apenas 1,7%, enquanto Recife teve aumento de 8,9% e Fortaleza de 11,6%.>
Outro dado que chama a atenção é que a quantidade de passageiros que deixaram de embarcar ou desembarcar em Salvador equivale ao número de crescimento das outras duas capitais nordestinas. De acordo com dados Infraero e Anac, Recife e Fortaleza receberam cerca de 1,4 milhão de passageiros. Foram pouco mais de 1,2 milhão no aeroporto Gilberto Freyre, em Recife, e aproximadamente 110 mil no aeroporto Pinto Martins, em Fortaleza.>
De acordo com o deputado Sandro Régis, líder do DEM na Assembleia Legislativa, a crise econômica que o país atravessa é um dos principais fatores para a queda no desempenho do aeroporto, bem como os altos preços das passagens aéreas. No entanto, há outros fatos que podem influenciar na redução do número de visitantes.>
“A ausência de solução para o centro de convenções é ilustrativa. A Bahia deixou de receber e promover feiras importantes de diversos segmentos econômicos por não ter um lugar a apropriado para realizar eventos comerciais que atraem o turismo de negócios, principalmente na baixa estação”, analisa o parlamentar.>
Salvador não tem um Centro de Convenções desde 2016, quando a estrutura foi interditada. A cidade voltará a ter um novo espaço da mesma natureza no fim deste ano. >
Outro ponto destacado por Régis é a ausência de uma política eficaz para baixar o ICMS no preço do querosene de aviação (QAV) - o imposto é responsável por cerca de 40% do valor do QAV. No entanto, isso não é tarefa fácil. >
“É preciso que tenhamos uma política mais agressiva na redução da alíquota do ICMS. Mais próxima da realidade e que de fato torne o estado mais competitivo. Os baianos precisam de melhores condições para viajar e a Bahia precisa receber turistas para reativar a sua economia. A geração de emprego e riquezas depende disso”, afirma.>
Segundo os dados da Infraero e Anac, apesar de os decretos de redução do ICMS para o QAV influenciarem positivamente na movimentação dos principais aeroportos do Nordeste, há outros fatores que devem ser considerados, como a implantação dos HUB’s (centro de distribuição de voos a partir de um aeroporto específico). >
Neste aspecto, Recife implantou o HUB da Azul Linhas Aéreas em 2016, enquanto Fortaleza o da GOL/ AIR FRANCE-KLM, em 2018. Ambos saíram na frente de Salvador. >
“Nos dois casos faltaram empenho do governo. A Bahia deixou de receber os investimentos devido à política pouco atrativa e falta de compromisso com os baianos", explica o parlamentar. Recentemente, a prefeitura editou a lei isentando o ISS e o IPTU para o Hub da Gol.>