Aglomeração e falta de máscaras marcam retorno da Ilha de Itaparica pós-festas

Protocolos de combate à covid-19 são descumpridos tanto no ferry-boat quanto nas lanchas

Publicado em 3 de janeiro de 2021 às 23:41

- Atualizado há um ano

. Crédito: Nara Gentil/CORREIO

O retorno da Ilha de Itaparica para Salvador após as festas do Natal e do Ano Novo foi agitado durante todo o domingo. Lanchas e ferry-boats atracaram lotadas nos terminais Náutico e de São São Joaquim. Assim como na ida, filas quilométricas se formaram nos terminais de Itaparica. 

De acordo com relatos dos passageiros, o tempo de espera médio foi de cerca de três horas para o ferry-boat, e de duas horas para as lanchas. Enquanto a embarcação de grande porte estava tendo saídas de meia em meia hora, as lanchas saíam a cada 25 minutos. 

Um padrão que, infelizmente, também se repetiu neste retorno foi o desrespeito às normas de segurança sanitária contra o novo coronavírus. Tanto na Ilha de Itaparica quanto na capital baiana, era flagrante o descumprimento do distanciamento social, não-uso ou uso incorreto das máscaras de proteção e diversos pontos de aglomeração, tanto dentro quanto fora das embarcações.

 “Tinha muita aglomeração no ferry, e muita gente sem máscara, ou com a máscara abaixada. A fila também demorou demais, ficamos mais de duas horas na fila. A virada lá na ilha também foi complicada, todos os lugares estavam muito cheios”, contou a estudante Maiara Costa, enquanto aguardava a condução para retornar para casa. 

[[galeria]] 

Como se os descumprimentos dos protocolos contra a covid-19 não fossem o suficientes, passageiros do ferry-boat relataram novamente o acontecimento de festas de paredão improvisadas dentro da embarcação, com a maioria das pessoas sem utilizar máscaras e consumindo bebida alcoólica, além de, é claro, sons automotivos sendo utilizado em seu máximo volume.

“Rolou paredão hoje no ferry que eu vim. O pessoal fez bagunça lá, com um carro de som alto pra caramba, e várias pessoas se aglomerando. Alguns dos carros até passaram aqui na entrada agora”, relata a estudante Raica Santos, que presenciou o acontecido. “Esse retorno da gente foi muito difícil, estava muito lotado, foi bem difícil a gente descer, e tivemos que esperar bastante pra embarcar”, complementou.  Raica Santos e seu irmão (Foto: Nara Gentil/CORREIO) Nas lanchas, a situação foi semelhante, com muita aglomeração e outros descumprimentos de regras sanitárias. “Eu até fiquei com medo. A lancha estava muito lotada, cheia de pessoas que não estão se protegendo contra a covid-19. Nós somos de Brasília, fomos para a praia de Guaibim. Nós ficamos chocados na virada, pois parecia que a pandemia já tinha acabado”, afirmou a turista Raecler Neves.

“O transporte pra mim foi mais ou menos tranquilo pois acabamos pegando prioridade, porém tinha muita aglomeração, muita gente um em cima do outro, não havia distanciamento social, nem todo mundo tava usando máscaras e a fila estava imensa, dando voltas. Precisa melhorar um pouquinho”, disse Maraísa Sousa, que optou pela lancha para retornar à Salvador.

De acordo com o último boletim divulgado pela assessoria de imprensa da Internacional Travessias, administradora do sistema ferry-boat, Em Bom Despacho, o tempo de espera médio para usuários em veículos é de três horas e meia. Para pedestres, a média é de cerca de três horas. Estão em operação os ferries Zumbi dos Palmares, Rio Paraguaçu, Anna Nery, Pinheiro, Dorival Caymmi e Ivete Sangalo.

A Internacional Travessias também reafirmou que o sistema ferry-boat está limitado a 75% da lotação de pedestres e 100% de veículos, e que na entrada e na saída da embarcação pode acabar havendo a impressão de que há lotação no ferry. Sobre a questão das pessoas sem máscaras, a empresa afirma que em alguns momentos pessoas tiram a máscara assim que embarcam ou quando não há ninguém da tripulação por perto, dificultando assim a fiscalização. Tiago José Paiva, com orientação do Chefe de Reportagem Jorge Gouthier

 * Com oreintação do Chefe de Reportagem Jorge Gouthier