Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Da Redação
Publicado em 4 de novembro de 2022 às 14:30
- Atualizado há 2 anos
O velejador Aleixo Belov, de 79 anos, e sua equipe voltam a Salvador no sábado (12). A cidade foi o ponto de partida da expedição marítima depois de percorrer 20 mil milhas náuticas pelos oceanos Atlântico, Pacífico e Ártico. A previsão é que eles cheguem por volta das 10h na escadaria do Comando do 2º Distrito Naval da Marinha, no Comércio. Aleixo e sua tripulação foram os primeiros do Brasil a fazer a travessia completa pela temida Passagem Noroeste.>
O local foi o mesmo usado por Aleixo para as partidas e chegadas das viagens continentais, inclusive as três voltas ao mundo que realizou em solitário a bordo do veleiro Três Marias. >
A cerimônia de retorno, que será aberta ao público em geral, contará com a participação também de familiares, amigos e de autoridades da Marinha, como o vice-Almirante Humberto Caldas Silveira Junior e o Capitão dos Portos da Bahia, Capitão de Mar e Guerra Paulo Rafael Ribeiro Gonzalez. A banda do Comando do 2º Distrito Naval também se apresentará no dia, celebrando o desembarque da tribulação em solo soteropolitano.>
Expedição O veleiro Fraternidade começou a jornada em 5 de fevereiro, saindo da capital baiana. A tripulação passou por Natal (RN), e pelo Caribe, Panamá, Havaí, Canadá, Alaska, Groelândia e no arquipélago de Açores, um território autônomo de Portugal, antes de retornar às águas brasileiras. Já de volta, a embarcação ficará alguns dias em Natal para trâmites legais de retorno ao país, vindo, em seguida, para a Bahia. >
A equipe encarou desafios na viagem, como os ventos fortes entre o Panamá e o Havaí. Eles citam também o risco de colisão com os grandes navios na passagem pelo canal que liga o Atlântico ao Pacífico. “Tudo tremia (com o vento) e metia medo que os panos não aguentassem e fomos obrigados a apelar para os rizos (redução de vela). Estávamos meio esquecidos desta manobra, mas deu tudo certo. A maior preocupação era com os navios, para evitar que um deles passasse por cima da gente”, relembra o comandante. >
Ele lembra também de outras dificuldades ao chegar às águas geladas do Ártico: “Saímos bem, atravessamos o Estreito de Bering, vendo, ao mesmo tempo, o Alaska por boreste e a Sibéria por bombordo. Já sabíamos que lá na frente, em Barrow, estava tudo fechado de gelo, mas fomos seguindo, confiando que o gelo ia terminar por derreter. Durante a última semana (no início de agosto), vínhamos pegando a carta de gelo pela internet e o degelo estava avançando. Mas, para nossa surpresa, depois que saímos, o degelo deu um retrocesso. O vento norte empurrou o gelo para o sul e piorou ainda mais o que já não estava bom”. >
Em alguns momentos, o veleiro teve que ficar preso a um bloco de gelo à deriva, esperando uma brecha no trecho congelado do mar para conseguir prosseguir. Isso aconteceu e a equipe conseguiu atravessar a Passagem Noroeste em setembro.>
Tripulação A expedição saiu de Salvador com uma tripulação composta pelo marinheiro Osvaldino Dórea (Lito), a oceanógrafa Larissa Nogueira, o fotógrafo Leonardo Papini e a estudante Ellen Brito, além do mecânico Hermann Brinker e do engenheiro civil Maurício Pitangueiras. Ao longo da viagem, alguns desembarcaram, dando espaço para que outros aventureiros pudessem participar da jornada, como o navegador argentino Igor Stelli, a terapeuta Ialda Stelli, o médico Fábio Tozzi, o empresário Antônio Barreto, o engenheiro Dilson Assumpção, o velejador Alberico Fabrício Soares e a estudante de oceanografia alemã Luísa Steckhan.>