Alugar ou comprar um imóvel? Saiba o que é mais vantajoso

Aprenda como fazer a simulação para descobrir se é melhor continuar no aluguel ou partir para a casa própria

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  • Victor Lahiri

Publicado em 4 de janeiro de 2018 às 05:30

- Atualizado há um ano

Comprar ou alugar? Eis a questão. O dilema de quem planeja mudar de casa é uma realidade que se tornou ainda mais presente em função das mudanças no cenário econômico do país em 2017. A insegurança econômica e as mudanças nas regras de financiamento imobiliário, que exigem cada vez mais credibilidade do contratante, são indicadas por representantes do setor entre os fatores que mais contribuem para essa indecisão. 

Com os indícios de melhora motivados pela queda na inflação, o CORREIO separou dicas para você descobrir qual a melhor forma de investir no novo lar. A compra de um imóvel é encarada como investimento pelo brasileiro.

O tradicional jargão “sonho da casa própria” faz a aquisição do imóvel ser associada à estabilidade e segurança econômica. Enquanto a locação atrai pela facilidade de entrar e sair do contrato, contudo, gera receio, já que os acordos possuem tempo contado e a relação com o locador pode ser marcada por restrições que limitem que você deixe o imóvel com a sua cara.

Calculadora do aluguel Professor da Fundação Getúlio Vargas (FVG) e colunista do jornal O Globo, Samy Dana ensina uma fórmula para avaliar se vale a pena sair do aluguel para investir na casa própria. Para isso é preciso pegar o preço do aluguel que você paga, dividir pelo valor do imóvel que pretende comprar e multiplicar por 100. Se o aluguel da casa pretendida custar, por exemplo, R$ 1,2 mil e na compra ele vale R$ 270 mil, a taxa de aluguel é de 0,44% ao mês. 

Tendo recursos para comprar à vista, o interessado pode comparar às principais alternativas conservadoras de investimento, como poupança, fundos de renda fixa, certificado de depósito bancário e tesouro direto. Se a taxa de retorno for inferior em relação às de renda fixa, é mais indicado optar pelo aluguel. Porém, se a taxa de retorno for superior à renda fixa, o recurso deverá ser melhor aplicado com a compra do imóvel.

Morador do bairro Cidade Nova há 30 anos, o programador Marlon Ferreira Cerqueira está em busca de um imóvel. “Estou na busca há mais de seis meses e vejo que batalhar com os preços de moradia em Salvador não é fácil”, afirma. Ele busca uma casa 3/4, próxima a estabelecimentos comerciais e acesso a linhas de transporte.

“Os valores estão muito acima do praticável. Para encontrar uma casa em conta, só indo para regiões mais afastadas, o que acho desvantagem já que temos uma casa própria em área central. Já considerei aluguel, mas nos cálculos não achei vantajoso”, afirma. Após seis meses pesquisando imóvel para comprar, Marlon reclama dos preços elevados; cogitou alugar, mas viu que não compensa (Foto: Mauro Akin Nassor) Mercado atrativo Diversos sinais apontam que o mercado imobiliário estará favorável para a aquisição de um novo lar em 2018, a exemplo da decisão da Caixa Econômica Federal, que anunciou a reabertura da linha habitacional pró-cotista, a partir deste mês (janeiro), a operação possui juros de 8,66% ao ano, e tem como foco o trabalhador que conta com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). 

A instituição também volta a flexibilizar a cota de financiamento, de 50% para 70% nos imóveis usados e 80% em casos de unidades novas. Facilitando a aquisição através de um valor de entrada mais baixo.

As modificações adotadas pela Caixa são vistas com bons olhos pelo mercado imobiliário, que prevê uma sequência no crescimento do volume de vendas para este ano.

No caso dos contratos de locação, a deflação de 0,52% registrada no Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que é usado como base para o reajuste de valores nos contratos imobiliários, também indica que a negociação de preços entre locador e locatário se tornará vantajosa para quem busca mudar de logradouro este ano, apesar do avanço no valor do m² para locação entre os últimos meses do ano.

Segundo o vice-presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci), José Carlos de Vasconcellos, compra ou aluguel em 2018 apresentam atrativos ainda maiores.

“Todo o mercado está muito ansioso por esse novo ano, mas acredito que não há resultado ideal sem estudo. É importante verificar as tendências e analisar a situação financeira também, para tomar a decisão mais acertada possível”.

Aprenda como fazer a simulação:

Preços:  Reúna os preços de compra e locação dos imóveis do seu interesse. Em seguida realize uma operação de divisão dos valores de aluguel e venda, e multiplique o resultado por 100.Compare:  Transforme o resultado da multiplicação em porcentagem e compare com as principais taxas de investimento de renda fixa: poupança, fundos de renda fixa, certificado de depósito bancário e tesouro direto.Resultado: Caso o resultado da multiplicação realizada seja inferior às taxas de retorno de renda fixa, o especulador deverá investir no contrato de locação. Porém, se o percentual obtido na multiplicação alcançar um valor superior à renda fixa, a melhor aplicação do recurso será na compra à vista do imóvel.