Ambulantes acusam empresários de falta de diálogo e temem saída da Tancredo Neves

Presidente de associação diz que os ambulantes estão dispostos a dialogar sobre padronização. “A gente dá opção ao trabalhador que não tem como pagar um bufê de R$ 50", diz jovem

Publicado em 22 de maio de 2014 às 07:53

- Atualizado há um ano

O presidente da Associação de Trabalhadores Informais de Salvador (Assinformal), Arismário Barreto, afirmou, na quarta-feira (21), que, até o momento, não houve qualquer aproximação do grupo de empresários ou da prefeitura para discutir a questão do reordenamento na Tancredo Neves. “Estive em reunião com a secretária Rosemma, na tarde de ontem (terça-feira), e ela não me passou nada sobre ordenamento naquela área”, conta.

Segundo ele, se houver proposta de padronização, a associação pretende trabalhar com a prefeitura para fazer isso acontecer. “Porém, caso haja qualquer tentativa de retirada dos trabalhadores, nós somos contra”, complementa.Rua Coronel Almerindo Rehem, transversal da Tancredo Neves, tem grande concentração de ambulantes(Foto: Evandro Veiga)A reportagem do CORREIO percorreu, ontem, a área em que a Semop almeja fazer o ordenamento, entre a Praça Newton Rique e o final da Tancredo Neves, e encontrou pelo menos 20 trabalhadores informais no local. Daniele de Jesus, que vende refeições usando como bancada o porta-mala de um Fiat Uno, é um deles.

Ela teme ser retirada do local e argumenta sobre a importância dos ambulantes na área. “A gente dá opção ao trabalhador que não tem como pagar um bufê de R$ 50 em um desses restaurantes grandes”, diz.

O presidente da Associação Empresarial Tancredo Neves (AETN), Luiz Blanc, reconhece a falta de interlocução junto aos informais. “A gente está agora construindo esse diálogo. O objetivo básico da entidade é esse: acelerar os processos. Que cada um faça a sua lição de casa”, afirma. 

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