Amor e fé na celebração da Santa Dulce dos Pobres

Dia litúrgico foi a primeira comemoração aberta desde a canonização em 2019 e contou com uma procissão

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  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 13 de agosto de 2022 às 22:56

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A dona de casa Telma Deiró,53, conheceu a Irmã Dulce aos 16 anos, quando era postulante à religiosa. Na época, o anjo bom da Bahia já estava bastante debilitado, mas não deixava de se preocupar com o bem estar dos mais pobres. “Certa vez, quando fui designada para ajudar, perguntei a ela se não queria trocar a cama que dormia por uma mais confortável. Ela riu e me disse que tinha conforto demais e quem precisava de conforto eram os mais pobres”, conta.

Telma e o marido foram dois dos muitos devotos que, durante o dia de ontem, lotaram o Santuário dedicado à Santa Dulce dos Pobres,localizado na Cidade Baixa (Avenida Dendezeiros do Bonfim), em Salvador, na primeira grande festa litúrgica presencial desde a canonização, em outubro de 2019.  O Santuário recebeu caravanas e fiéis de diversas partes do estado, que aproveitaram a primeira celebração presencial desde que a santa brasileira foi canonizada (Fotos: Carmen Vasconcelos) No caso de Telma, além do privilégio de conviver com a Santa e ter conhecido o Papa João Paulo II, as graças da primeira santa nascida no Brasil chegaram através da filha, que se formou em enfermagem e hoje atua nas Obras Sociais. “Sou testemunha de tudo o que ela fez em vida e depois. Por isso mesmo é que essas portas não podem se fechar”, completou.

O dia litúrgico de Santa Dulce dos Pobres teve como tema “A mulher que muito amou” e uma programação especial foi montada para celebrar a vida e a obra da santa brasileira, com sete missas realizadas durante todo o dia (7h, 8h30, 10h30, 12h, 14h, 16h e 18h). 

Amor e luz

A segunda missa do sábado foi presidida pelo Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, cardeal Dom Sergio da Rocha e contou com as presenças do prefeito de Salvador Bruno Reis, que esteve acompanhado da família, e da secretária de saúde do estado, Adélia Maria Carvalho de Melo Pinheiro, que representou o governador Rui Costa. 

A última missa do dia foi realizada às 18h e antecedeu a Procissão Luminosa, que percorreu o Caminho da Fé (do Santuário à Baixa do Bonfim) com a imagem de Santa Dulce no andor. Sem esconder a emoção de ver o santuário completamente ocupado desde cedo, o reitor do Santuário Santa Dulce dos Pobres, frei Giovanni Messias, que presidiu a última celebração do dia, disse estar tão feliz que repetiria as atividades do dia tranquilamente.  O frei Giovanni Messias, que presidiu a última celebração do dia, salientou a vocação cristã da Santa Dulce para o amor ao próximo sem importar com cor, credo, idade ou sexo  “Achei que seríamos poucos, mas é uma felicidade ver esse santuário cheio de fiéis que amam essa mulher, essa santa que tanto amou e que deixou esse legado para nós”, afirmou o religioso, que aproveitou a oportunidade para convidar os fiéis para as missas que ocorrerão ao longo do domingo em homenagem ao Dia dos Pais. 

Gratidão

O amor e o agradecimento caminham juntos e, por isso mesmo, durante a última missa, a técnica de enfermagem Cássia Farias,52, foi ao santuário agradecer à Santa Dulce dos Pobres. Desde criança, os feitos da freira eram comentados pela avó e pela mãe, que tinham muita fé nos feitos da religiosa.  “Todos os dias, tenho uma graça nova por estar viva. Também agradeço por minha mãe, que faz tratamento na ala de Oncologia desse hospital”, salientou. 

Nas orações do dia, Cássia aproveitou também para pedir pela paz no mundo tão violento e nos corações das pessoas. “Hoje, particularmente, pedi a Ela que intercedesse pelos pobres, por aqueles que não têm o que comer...Nunca foi tão necessário que o amor toque os corações das pessoas”, completou. A Procissão Luminosa percorreu o Caminho da Fé (do Santuário à Baixa do Bonfim) com a imagem de Santa Dulce no andor, na companhia de fiéis, que seguraram velas e oraram (Fotos: Carmen Vasconcelos) A contadora Sílvia Melina,36, também aproveitou a última missa para agradecer e expressar a fé. “Sempre que posso, venho até o santuário e peço proteção e saúde...a minha e a das pessoas próximas. Tenho tanta fé no poder da Santa Dulce que carrego o terço e a relíquia dela...São amuletos e o lembrete de que o amor é poderoso e transformador”, finalizou.

Vale lembrar que quem não pôde acompanhar as celebrações religiosas de perto terão a oportunidade de assistir aos melhores momentos do dia no canal YouTube do Santuário (www.youtube.com/santuariosantadulcedospobres).