Ao assumir presidência do DEM, Neto apresenta 12 prioridades do partido

O prefeito tomou posse nesta quinta e defendeu o protagonismo do partido no cenário nacional

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  • Luan Santos

Publicado em 8 de março de 2018 às 19:45

- Atualizado há um ano

. Crédito: Orlando Brito/ Divulgação

Após assumir a presidência nacional do Democratas (DEM), o prefeito ACM Neto defendeu o protagonismo do partido na política nacional. Em seu discurso de posse, Neto propôs um pacto com o Brasil e com os brasileiros, convocou a participação da juventude para construir um novo país e apresentou um manifesto que reúne as 12 prioridades do partido, agora sob o seu comando. Ao destacar a necessidade de aproximação com a população, Neto enfatizou o estilo de gestão que faz na capital baiana, de transformar a rua em seu gabinete, o que deverá ser uma referência na nova condução do partido. 

A solenidade de posse, realizada nesta quinta-feira (08) durante a convenção da legenda, reuniu lideranças estaduais e nacionais de diversas legendas, entre elas PP, PR, PSDB, MDB, PRB e Solidariedade. O encontro marcou também o lançamento da pré-candidatura ao Palácio do Planalto do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. 

Ao ser chamado para discursar, Neto ouviu dos aliados o grito, em coro, de "governador". A candidatura dele ao governo do estado, que já é defendida por seus aliados na Bahia, ganhou o apoio também de lideranças nacionais do DEM e de outras siglas, como o Solidariedade, que prometem acompanhá-lo na disputa. Para os aliados, a posse de Neto na presidência do DEM representa o estopim para a sua candidatura ao governo do estado. 

Enfatizando o novo momento de renovação da legenda, Neto destacou a proposta de refundação do Estado brasileiro defendida pelos democratas. "Acreditamos na iniciativa privada e na justiça social, num sistema liberal e humanista baseado na igualdade de oportunidades. Defendemos o caráter regulatório do estado, desde que não sufoque os esforços individuais e empresariais. Acreditamos que a melhor política de estado é aquela que cria mecanismos para emancipar a população mais carentes da pobreza, não aquela que, movida por interesses eleitorais, faz da população mais carente refém do populismo e do personalismo", disse o prefeito. 

Neto lembrou o início de sua trajetória no partido, único ao qual se filiou, ainda no PFL Jovem e citou a inspiração familiar para entrar na vida pública do avô, o senador Antônio Carlos Magalhães, e do tio Luís Eduardo Magalhães, ambos falecidos. "Coragem é uma marca de cada um dos filiados desse grande partido. Coragem que herdei de duas figuras públicas que marcaram a história política da Bahia e deram contribuição ao Brasil", disse. Ao defender que o DEM deve ser protagonista para conduzir as mudanças que o país precisa, Neto afirmou que Rodrigo Maia é o quadro mais preparado para assumir a presidência da República. "As transformações que o Brasil quer e necessita exigem a participação do Democratas", frisou.  Foto: Orlando Brito/ Divulgação Manifesto No manifesto apresentado pelo novo presidente, o Democratas traz propostas para as áreas essenciais, como saúde e educação, além de propor ações para combater a violência e o preconceito, além do fortalecimento da economia e a redução da carga tributária. "Nossas prioridades são refundar o Estado brasileiro em bases mais realistas, mais racionais e mais sintonizadas com as exigências de um mundo que está em constante e veloz transformação", disse Neto, ao falar sobre a primeira prioridade. 

O debate em torno das imperfeições de cada Poder da República também integra a lista. "Estamos assumindo o compromisso com o Brasil de que, quando for necessário, vamos cortar na carne da política", afirmou. A legenda também defende a mudança no atual sistema político, de forma a fortalecer os partidos e "fazer com que a relação do eleitor com seus representantes seja pautada pela confiança e não mais pelo distanciamento". 

Eficiência máxima com o gasto público e a discussão em torno de concessões à iniciativa privada de todas as atividades que não são inerentes ao governo também integram o manifesto. A sigla também propõe o combate ao "flagelo das drogas e da violência, que hoje afeta principalmente os jovens, em especial o jovem negro, pobre e morador da periferia", enfatiza o presidente. O partido quer propor também mecanismos mais eficientes para defender e apoiar os segmentos mais frágeis da sociedade. 

"Vamos fazer da educação o principal instrumento de cidadania e inclusão social. Assumimos o compromisso de combater qualquer forma de discriminação, de preconceito e violência contra a mulher brasileira, partindo do princípio de que elas têm os mesmos deveres que os homens, os seus direitos também têm que ser iguais", disse Neto, ao falar sobre mais dois pontos do documento. 

Outra proposta é viabilizar uma saúde pública mais digna e incentivar a economia e apoiar os setores produtivos. "Não porque somos submissos ao chamado mercado, como alguns pensam de forma equivocada e preconceituosa, mas porque acreditamos que é a melhor maneira de gerar riquezas e levar o bem estar aos que mais precisam", pontua Neto. "Defendemos a redução gradativa da carga tributária, à medida que se diminua o custo da máquina governamental e a promoção da descentralização progressiva da renda para estados e municípios", ressaltou. 

Aliados O senador Agripino Maia (RN), que passou o comando do partido para Neto, elogiou o prefeito e disse ser o melhor nome para presidir a sigla. "Consigo ver nele qualidade de padrões exemplares. Se há uma pessoa que vai crescer na política do Brasil é ACM Neto", afirmou ele, cujo discurso seguiu na linha do ministro da Educação, Mendonça Filho (PE). "É competente, um líder nato e um extraordinário gestor". 

O senador Ciro Nogueira (PP-PI), lembrou o início de sua trajetória política no então PFL e afirmou que os progressistas vão caminhar com Maia. "O Progressista estará ao seu lado para construir um grande país", disse. 

O presidente estadual do DEM, deputado federal José Carlos Aleluia, destacou que o partido retomou o protagonismo nacional e não poupou críticas aos governos petistas. "Em momento algo nos curvamos a um governo que tentou levar o Brasil para o que hoje passa a Venezuela. Quando esse país mais precisou, aqui esteve o Democratas denunciando o que estava sendo praticado na Petrobras, na Eletrobrás, nos fundos de pensão e no Itamaraty".

Rodrigo Maia, por sua vez, afirmou que quer construir um pacto com o povo brasileiro para romper com o que há de velho e atrasado na política brasileira. Ele já conta com o apoio de partidos como PP, PRB e Solidariedade, cujos caciques nacionais foram ao lançamento da pré-candidatura. "Assumo o desafio de fazer o Brasil crescer de forma consistente. Aceito o desafio de ser candidato à presidência da República, não só do Democratas. Vamos construir alianças para ser também o candidato de partidos aliados e dos brasileiros.