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Apesar da crise, hotéis mantém otimismo para virada de ano diferente em Salvador

Expectativa do setor é de ocupação de até 75% na noite da virada do ano

  • D
  • Da Redação

Publicado em 30 de dezembro de 2020 às 06:00

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Mesmo diante da segunda onda da pandemia de covid-19, a taxa média de ocupação da rede hoteleira de Salvador ficará, no Réveillon deste ano, entre 70% a 75%. A estimativa é da seção Bahia da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-BA). Em algumas unidades, localizadas na orla marítima da capital, este percentual será superior a 85%. No ano passado, o ocupação de leitos dos hotéis de Salvador, neste mesmo período do ano, alcançou quase 100%. 

“Especificamente para a noite do dia 31, a expectativa é de 70% a 75% de ocupação dos leitos de hotéis, mesmo sem grandes festas de Réveillon. Por conta dos protocolos de segurança sanitária, os hotéis estão bem conservadores, seguindo todas as regras", diz Luciano Lopes, presidente da ABIH-BA.

Lopes conta que entre as aposta destes estabelecimentos para atrair os  hóspedes   estão uma programação mais diversificada, não focando apenas na virada, e sim em todo o período do fim de ano. "Há muitas coisas interessantes em Salvador, não é necessário ficar apenas no hotel. O dia 31 é uma data muito emblemática, todos queriam ver a queima de fogos, participar de festas e shows, mas infelizmente isso não vai ser possível. Porém, dá pra ver que o perfil das pessoas é diferente, tem mais famílias, que preferem opções de diversões mais tranquilas", conta.

Luciano Lopes  ressalta, no entanto,  que fatores externos, como o número de contaminados em outros estados, influenciam no que acontece na capital baiana, visto que estes locais são os de origem dos turistas que fazem o fluxo para verão soteropolitano.

“Estamos ainda em plena pandemia. Tivemos um ano de 2020 muito difícil, só que a gente vem, aos poucos, de forma lenta e gradual, recuperando a ocupação perdida. Diante do que a gente vinha registrando, o segmento está se recuperando aos poucos, afirmou. "Infelizmente, tudo isso é muito volátil, depende diretamente da taxa de contaminação da covid-19, não apenas em Salvador, mas também em outros estados e municípios que têm participação relevante no nosso turismo, como São Paulo, Distrito Federal e Minas Gerais”.

“É claro que não vai ser como foi no ano passado, por exemplo, não estamos tendo o mesmo número de voos, não está havendo temporada de cruzeiros, mas estamos vendo uma certa mudança de perfil do turista que vem para Salvador. Há um aumento de pessoas que vêm de lugares próximos, que se dirigem à capital de carro, evitando aglomerações”, diz o presidente da associação. 

O titular da ABIH-BA também relata uma mudança de perfil do turista que vem para Salvador no final do ano, e por conta disso, visualiza um bom número de ocupação dos hotéis na noite da virada, apesar da data emblemática não contar mais com as tradicionais atrações como shows de artistas renomados e queima de fogos.

Para a Federação Baiana de Turismo e Hospitalidade do Estado da Bahia (FeTUR-BA), a expectativa de ocupação dos hotéis em Salvador neste fim de ano é de cerca de 50%. Nos últimos oito anos, considerando o período do réveillon, a ocupação média registrada foi de 95% dos leitos. No período do Natal, em que a ocupação média nos últimos anos foi de 55%, a taxa registrada no mesmo recorte de tempo em 2020 foi de apenas 35% de ocupação dos hotéis. 

“Com essa segunda onda da covid-19, as pessoas acabam ficando com medo de viajar, de sair de casa. Assim como em 2020, 2021 vai ser bem difícil para nós também. No setor de hotelaria, perdemos cerca de 20 mil postos de trabalho. Infelizmente, só com a vacina nós teremos notícias melhores. Um outro grande problema é que não temos mais opções viáveis no fim de semana, com bares e restaurantes fechados, mesmo aqueles que têm varandas, pátios e mesas nas calçadas”, explica Silvio Pessoa, presidente da FeTUR-BA, ao CORREIO.“Não estamos atingindo o ponto de equilíbrio para nos manter viáveis. É complicado ver isso pois as festas estão barradas, mas nas eleições estavam acontecendo diversas festas de comemoração de políticos. É difícil entender isso, até fecharam os leitos de campanha, mesmo com a segunda onda. Aí depois botam a culpa no comércio, no turismo, mesmo tendo menores taxas de contaminação. Eles estigmatizam uma área sem nenhum embasamento técnico”, diz Silvio. Apesar das preocupações, em especial em relação à viabilidade dos setores de turismo e hotelaria na capital baiana, o presidente da federação mantém boa expectativa em relação ao resto da alta temporada, ressaltando que hotéis, bares e restaurantes sempre tiveram as fiscalizações mais rígidas, sempre sendo acompanhados pela Vigilância Sanitária, além dos protocolos municipais e estaduais, o que garante que a atenção contra a possibilidade de contaminação pelo coronavírus será redobrada. 

“Todo mundo do setor está utilizando EPIs, máscaras, esterilizando tudo, seguindo o distanciamento social, então o turista que vier para cá, vai receber todo o cuidado do mundo, podendo ficar sem maiores preocupações”, afirma.  Arisson Marinho/CORREIO Eventos Em relação aos eventos, que também é um dos setores mais afetados pela pandemia do coronavírus, especialmente no período da virada do ano, a expectativa acaba sendo voltada para o segundo semestre de 2021. Ao CORREIO, Roberto Duran, presidente da seção Bahia da Associação Brasileira de Empresas de Eventos (ABEOC-BA), afirmou que neste réveillon, os hotéis apenas promoverão atrações sem aglomeração e que possam se enquadrar nas regras definidas pelos governos. Além disso, o presidente também conta que os tipos de hospedagem mais procuradas são aquelas próximas da orla da capital baiana. 

“Os hotéis farão apenas jantares, seguindo todos os protocolos determinados pelos governantes. O que tem melhorado em nosso setor é o turismo de lazer, principalmente de sol e mar, em lugares ao livre, sem aglomeração. Com isso, os hotéis de praia estão sendo os mais procurados neste momento, pois são os com maiores atrativos dentro das possibilidades. Em relação aos eventos, nós estamos no aguardo da vacina. Esperamos que alguma delas, ou mais de uma, seja homologada pela Anvisa, para que no segundo semestre nós iniciemos a retomada dos eventos. No curto prazo, temos noção que não vai dar ainda para voltar neste início do ano”, explica Roberto. 

A busca pela beleza do litoral baiano se reflete no ranking de ocupação dos hotéis de Salvador disponibilizado pela FeTUR-BA relativos ao mês de novembro de 2020. Duas das três primeiras colocações são ocupadas por hotéis localizados nas proximidades das praias da Barra. Considerando o top 10, seis instalações ficam na região de orla da capital baiana.   Arisson Marinho/CORREIO Ranking de ocupação dos principais hotéis de Salvador em novembro de 2020

1. Monte Pascoal (Barra) - 85,16% 2. Intercity Premium (Tancredo Neves) - 75,74% 3. Grande Hotel da Barra (Barra) - 66,00% 4. Ibis Hangar (Paralela) - 62,55% 5. Grand Hotel Stella Maris (Stella Maris) - 60,11% 6. Sol Victória Marina (Vitória) - 51,94% 7. Mercure Rio Vermelho (Rio Vermelho) - 51,44% 8. Vila Galé Salvador (Ondina) - 51,00% 9. Quality São Salvador (Tancredo Neves) - 42,55% 10. Fiesta Bahia (Tancredo Neves) - 41,60%

O prefeito de Salvador ACM Neto acredita que mesmo em meio à pandemia, o turismo em Salvador terá uma retomada. “O movimento está aumentando e vem surpreendendo, apesar desse verão ser diferente. Salvador é o destino mais procurado para o verão no Brasil. É claro que a gente não quer ser procurado como outros locais estão, com festa para milhares de pessoas Em Salvador não vai ter isso", disse. 

Segundo ele, tirando esse aspecto, o verão será surpreendentemente positivo. "Não dá para comparar com um verão normal. Se fosse normal, iríamos ter o Festival da Virada. Não temos números, mas a expectativa é positiva. Teremos um bom verão e movimentado. Isso vai injetar o ânimo do turismo e dar fôlego para os próximos meses, se Deus quiser, com uma vacina”, disse. Arisson Marinho/CORREIO O que pensam os turistas Nos principais cartões-postais de Salvador, é possível encontrar uma grande quantidade de pessoas que vieram de diferentes locais de todo o país em busca dos refúgios da capital baiana. Com diferentes objetivos para a virada do ano, o consenso dos visitantes é que mesmo em meio à pandemia, com diversas restrições e regras especiais, a experiência vem sendo bastante positiva.

“A gente decidiu que passaria o final do ano aqui lá no começo do ano. Escolhemos Salvador por ser uma cidade histórica, sempre a vimos pela televisão e decidimos conhecê-la pessoalmente. Além disso, a gente sempre quis vir pra cá, pra nos divertirmos, então unimos o útil ao agradável. A gente está num hotel, e tá tudo bem tranquilo, apesar da pandemia. Todos estão tentando fazer as coisas da melhor maneira possível. Sobre a virada do ano, se fosse um ano normal, a gente tentaria ir para uma festa, algum lugar para se divertir. Como está sendo um ano atípico, vamos buscar algo sem aglomeração, bem tranquilo”, afirmou o gaúcho Cleomar Guzzo, de 35 anos, que está em sua primeira vinda à Salvador. Arisson Marinho/CORREIO Quem também está passando o final de ano na capital baiana é a piauiense Marília Macêdo. Acompanhada de seus familiares, ela acabou vindo com um intuito diferente de sua tradicional vinda para Salvador, geralmente feita no período do Carnaval, para aproveitar a folia. Desta vez, ao invés de festas, Marília pretende descansar e recuperar suas energias, aproveitando o mar da Baía de Todos os Santos para celebrar a virada do ano. Além disso, ela também destaca que o cumprimento dos protocolos pelos hotéis foram fatores preponderantes para sua escolha de estadia na capital baiana. 

“Salvador é uma cidade que gosto, já amava por conta do carnaval, e agora pra descansar e renovar as energias. Os hotéis que escolhi ficar foram justamente aqueles que seguem todos os protocolos contra a covid-19. Inclusive, o que estou não me decepcionou em relação a isso, eles seguem rigorosamente as regras, desde que a gente entra no elevador até ir para o café, por exemplo. Tão seguindo tudo direitinho. Para a virada, nós vamos permanecer isoladinhos em um resort em Praia do Forte”, afirma. Arisson Marinho/CORREIO Reforçando a tônica de que o final de 2020 e o início de 2021 servirá para renovar as energias, a jovem Júlia Caires, de 17 anos, veio do centro-oeste do Brasil — mais precisamente de Goiás — para Salvador visando uma virada de ano tranquila ao lado de sua família. Ela também ressalta que durante sua estadia, até o momento, não houve nenhuma preocupação em relação à covid-19, com todos os protocolos sendo respeitados em todos os locais visitados pela família.

“Tudo tá sendo bem tranquilo, bem certinho. Todos os lugares que vamos mensurando a temperatura, tem álcool em gel, tá todo mundo de máscara, e tem o distanciamento na maioria dos locais. Nós vamos procurar uma igreja, que é o costume da nossa família, que é evangélica, para passar a virada do ano. Vamos passar o réveillon orando, pedindo pra Deus abençoar o próximo ano, mais abençoado. Esse ano foi atípico, cheio de dificuldades, mas vamos pedir para que no próxima estejamos mais fortes”, conclui a jovem.