Apontada como pivô de mortes no Paraguai leva vida de luxo na fronteira com Brasil

Filha de secretário foi achada em cela do namorado, suspeito de tráfico

  • D
  • Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2021 às 08:33

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

A paraguai Mirna Keldryn Romero, 22 anos, foi flagrada pela polícia do país dentro da cela de um traficante suspeito de ter sido o mandante da morte de quatro pessoas no último sábado, incluindo duas brasileiras, na fronteira com o país. Uma das hipóteses para a chacina é a de crime passional e Mirna seria o pivô. A informação é de O Globo.

Com a escalada de crimes na fronteira, Brasil e Paraguai se organizam em uma força-tarefa para combater os crimes. Desde a sexta (8), oito pessoas foram assassinadas. Outra possibilidade para os crimes é a disputa entre quadrilhas rivais.

Mirna leva uma vida de luxo em Pedro Juan Caballero, capital do Departamento de Amambay. Nas redes sociais, ela posta fotos com a família e em grandes festas, além de cliques à beira da piscina. A jovem é filha de Oscar Romero, secretário de Salubridade e Higiene da cidade. "Blindada, amada e mimada", se descreve.

Romero já foi intendente da cidade - equivalente ao prefeito. Ele já foi alvo de denúncias de enriquecimento com superfaturamento de obras em Pedro Juan. O atual intendente da cidade, José Carlos Acevedo, também tem denúncias pelo mesmo motivo.

A filha de Acevedo, Haylée Carolina Aceevedo, 21 anos, foi morta no último dia 9 ao sair de uma boate - o carro foi atingido por vários tiros apenas um dia depois da reeleição do pai. 

A suspeita é que o alvo dos bandidos era Osmar Vicente Álvarez Grance, 32 anos, o Bebeto, investigado por narcotráfico e suspeita de ligação com uma facção de São Paulo. Duas brasileiras que estudavam Medicina no Paraguai estavam no carro e também morreram - Kaline Reinoso de Oliveira, de 22 anos, e Jamily Borges Oliveira, de 18.

A polícia não estabelece relação entre os dois episódios de violência. 

Escondida em cela Mirna foi achada em uma cela da penitenciária regional de Pedro Juan durante uma inspeção. Ela fazia companhia a Faustino Román Aguayo Cabañas, seu namorado, acusado de traficar 3 toneladas de drogas. 

A "cela VIP" tinha TV, cama box e armários embutidos. A polícia suspeita que Cabañas tenha mandado matar Bebeto por ciúmes - o rival já teria sido namorado Mirna.  (Foto: Reprodução) Nas redes de Mirna, o atual namorado aparece só na foto de perfil no Instagram. Antes, ela foi casada com um ex-agente federal. O marido foi executado em dezembro do ano passado, 1 ano depois do casamento. 

Um amigo de Mirna, o hairstylist Emilio Villalba, foi detido na quinta (14) para mais esclarecimentos. A polícia descobriu que ele ligou para Bebeto logo antes do grupo sair da boate e cair na emboscada. 

O intendente Acevedo e o secretário Romero não comentaram as suspeitas.