Após 20 anos fechado, Palácio Arquiepiscopal será reaberto nesta sexta-feira (6)

Prédio do século XVIII que foi centro administrativo da Igreja no Brasil passou por reforma que durou cinco anos

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  • Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2019 às 17:35

- Atualizado há 10 meses

. Crédito: Divulgação
Púlpito da antiga Sé por Divulgação

Após 20 anos fechado e cinco de reforma, Palácio será reaberto nesta sexta-feira (6), às 18h (Foto: Marina Silva/Arquivo CORREIO) Depois de duas décadas fechado, o Palácio Arquiepiscopal da Sé será reaberto nesta sexta-feira (6), às 18h. O prédio, que fica na Praça da Sé e foi o Centro Administrativo e Pastoral da Igreja Católica no Brasil por mais de 100 anos, será reaberto e ajduará a contar a história do catolicismo no Brasil ao longo de mais de cinco séculos.

Construído no século XVIII e reconhecido como patrimônio pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Palácio recém-reformado vai abrigar um Centro de Referência da História da Igreja Católica no Brasil, além de exposições permanente e eventual, estabelecendo uma nova área social e cultural na cidade, contribuindo assim para o fortalecimento da revitalização do Centro Histórico de Salvador. 

“O Palácio da Sé é uma referência na história da Igreja de Salvador, afinal desde o começo do século XVIII ele serviu aos bispos, serviu a vários arcebispos e foi também um centro da pastoral da Arquidiocese. A sua restauração é uma homenagem que nós prestamos à Arquidiocese e, particularmente, à Bahia porque desse Palácio saíram determinações, ordens e também orientações pastorais para todo o Estado da Bahia”, afirma o Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger.

Estrutura No térreo do Palácio, haverá uma área disponível para exposições itinerantes e realização de eventos corporativos. O espaço será inaugurado com uma exposição de presépios da coleção particular do engenheiro e arquiteto Celso Basto de Oliva. Este acervo começou a ser montado em 1948, pelo seu pai, que mantinha a tradição em montar presépios e decorava-os utilizando diversos materiais, entre eles: papel, panos, vela, terracota, cristal e pedra-sabão. Haverá ainda uma exposição de móveis dos séculos XVII e XVIII com curadoria do antiquário Sérgio Caloula.

O primeiro pavimento do Palácio contará com a exposição permanente “A Igreja e a formação do Brasil”, composta de acervo próprio e bens históricos remanescentes de outros prédios religiosos, como a antiga Catedral da Sé, que fora demolida em 1933 para dar lugar a atual Praça da Sé. 

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Também haverá a sala do Laboratório de Conservação e Restauração Reitor Eugênio Veiga (LEV), que irá expor importantes documentos históricos restaurados. O laboratório, que atualmente se encontra na Universidade Católica do Salvador (UCSal) – Campus da Federação, tem como missão restaurar, preservar, pesquisar e difundir o acervo documental da Igreja Católica no Brasil. O acervo conta com mais de 16 mil documentos, entre os restaurados e não restaurados. 

Já no segundo pavimento funcionará o Centro Administrativo da Arquidiocese de São Salvador da Bahia.  Nesta área, o prédio conta no seu acervo permanente o arcaz da antiga Igreja da Sé, a galeria dos Bispos e Arcebispos da Bahia e Primazes do Brasil e haverá um espaço especialmente dedicado ao Arcebispo Sebastião Monteiro da Vide, responsável pela construção do Palácio. Além disso, no local acontecerão atendimentos e audiências do arcebispo, bem como secretarias da administração da Arquidiocese, uma capela episcopal, uma biblioteca e uma sala de conferência. “Que Deus abençoe este momento de reabertura do Palácio da Sé, para que ele continue servindo não só a Igreja, mas a toda a sociedade baiana e brasileira”, assevera Dom Murilo.

Reforma As obras de restauração do Palácio duraram cinco anos. Antes que elas inciasse, o CORREIO entrou no Palácio e mostrou como ele estava após duas décadas fechado.

“Foi um trabalho exaustivo, mas o cansaço do árduo trabalho se transforma em imensa alegria ao ver este grande patrimônio voltar a ficar à disposição do nosso povo”, disse o padre Abel Pinheiro, presidente do Centro Cultural Palácio da Sé.

Durante as obras, o padre Abel, auxiliado pelo padre Luís Simões, contou com uma equipe de voluntários, referências nas suas atividades, como o engenheiro Thales Azevedo, o arquiteto Luiz Humberto Carvalho e a engenheira Ângela Márcia Andrade. (Foto: Marina Silva/Arquivo CORREIO)