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Yasmin Garrido
Publicado em 7 de janeiro de 2019 às 11:30
- Atualizado há 2 anos
Após um início de ano de pânico, a bacharel em Direito, Juliana Galdino conseguiu a primeira vitória na Justiça contra João René Espinheira Machado, 33 anos, mais conhecido em Salvador como DJ John Oliver.>
A jovem, que tem 26 anos, afirma que foi agredida com socos, murros e pontapés na madrugada de sexta (4) para sábado (5), na casa onde mora. A vítima contou ao CORREIO que namorou com o DJ por 2 anos e 3 meses, mas que já estavam terminados quando a briga aconteceu.>
Na noite deste domingo (6), após solicitação do Ministério Público (MP-BA), a juíza Lizianni de Cerqueira Monteiro, responsável pelo plantão judiciário do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), concedeu a Juliana medida protetiva, que obriga John Oliver a manter distância mínima de 300 metros dela, bem como não frequentar residência e ambiente de trabalho da vítima.>
Juliana relatou ao CORREIO que os dois moravam juntos há mais de dois anos, mas o relacionamento acabou há um mês e ele não aceitou o término. Já João afirmou que foi ele quem terminou e Juliana, por não aceitar, o agrediu. “Eu revidei, apenas, e fiz o que qualquer pessoa faria”, disse.>
Ainda segundo a jovem, a agressão aconteceu depois que John Oliver entrou em contato com ela querendo conversar. Ela, que estava na casa da mãe, aceitou, porque havia uma pendência financeira de TV a cabo e internet a ser resolvida. “Ele disse: ‘vou pagar o que devo a você e pronto, cada um segue sua vida. Ele queria que eu fosse pra casa dele, mas não fui. Então recebi ele no hall do meu prédio”, lembrou Juliana.>
No entanto, após um tempo de conversa, a vítima contou que João Espinheira se excedeu e a agrediu. “Ele me chutou, me deu murro na cabeça, tirou meu ar e eu gritando ‘socorro’, ‘socorro’, mas os vizinhos não fizeram nada”, disse a jovem. >
Já John Oliver neste domingo (6) ao CORREIO disse que, na verdade, Juliana o agrediu e ele apenas se defendeu, “como qualquer pessoa faria”. Ainda segundo ele, no momento da briga, a jovem caiu e bateu a cabeça, por isso o corte e os machucados.>
A juíza Lizianni de Cerqueira Monteiro argumentou na decisão emergencial deste domingo que “os fatos relatados [no processo] indicam a prática de violência, conduta que deve ser obstada pela atuação da Justiça”.>
Segundo levantamento do CORREIO e que consta na Ação Penal movida pelo MP-BA em nome de Juliana contra João Espinheira, o DJ tem, atualmente, 5 processos (incluindo o mais novo, aberto neste domingo por Juliana) em andamento na Bahia, todos por violência contra a mulher. O DJ nega que hajam processos ativos contra ele. >
Veja onde buscar ajuda: Creas - O Centro de Referência Especializada de Assistência Social atende pessoas em situação de violência ou de violação de direitos. Telefone: 3115-1568 (coordenação estadual) e 3176-4754 (coordenação municipal)>
CRLV - O Centro de Referência Loreta Valadares promove atenção à mulher em situação violenta, com atendimento jurídico, psicológico e social. Endereço: Praça Almirante Coelho Neto, nº 1 – Barris, em frente à Delegacia do Idoso. Telefone: 3235-4268>
Deam Brotas - (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) - Rua Padre José Filgueiras, s/n – Engenho Velho de Brotas. Telefone: 3116-7000>
Deam Periperi - Rua Doutor José de Almeida, Praça do Sol, s/n – Periperi. Telefone: 3117-8217>
Disque Denúncia - As mulheres são atendidas pelo Disque 180, da Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres>
Fundação Cidade Mãe - Órgão municipal que presta assistência a crianças em situação de risco. Endereço: Rua Prof. Aloísio de Carvalho – Engenho Velho de Brotas>
Gedem - O Grupo de Atuação Especial em Defesa da Mulher do Ministério Público da Bahia atua na proteção e na defesa dos direitos das mulheres em situação de violência. Endereço: Avenida Joana Angélica, nº 1.312, sala 309 – Nazaré. Telefone: 3103-6407/6406/6424.>
* Com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier>