Após declarações de advogada, CPI quer ouvir Paulo Guedes ou secretário de Economia

Bruna Morato apontou um suposto alinhamento entre Prevent e 'gabinete paralelo' com Ministério da Economia

  • D
  • Da Redação

Publicado em 28 de setembro de 2021 às 18:29

- Atualizado há um ano

. Crédito: Roque de Sá/Agência Senado

O vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), defendeu nesta terça-feira (28), que a comissão ouça na próxima semana um representante do Ministério da Economia, após declarações que ligaram a pasta à política de incentivo ao tratamento precoce contra a covid-19.

Para o senador, precisam depor à CPI ou o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, ou o próprio ministro da pasta, Paulo Guedes. "É inevitável pelo menos o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, se não o ministro Paulo Guedes, estar presente nessa CPI na semana que vem", disse Randolfe.

Durante depoimento à CPI da Covid, a advogada de médicos que trabalharam na Prevent Senior, Bruna Morato, apontou para um suposto alinhamento entre o Ministério da Economia e o grupo que assessorou o governo na contramão das recomendações científicas.

Segundo ela, havia um "interesse" da pasta em não parar o País em razão do isolamento e, portanto, em promover uma forma de a população sair as ruas sem medo. "E essa esperança tinha nome: hidroxicloroquina", afirmou.

Pacientes sob cuidado paliativo são levados a unidade sem alvará, diz Bruna

A advogada ainda afirmou que a operadora de saúde usa um prédio comercial como unidade hospitalar, sem o alvará necessário, para receber pacientes sob cuidados paliativos. "Peço por favor às autoridades que averiguem o que está acontecendo", disse.

Segundo Bruna Morato, a unidade ficaria na Vila Olímpia, em São Paulo (SP), Rua Casa do Ator. "Os médicos relataram que existe uma unidade que fica localizada na Vila Olímpia, rua Casa do Ator, prédio comercial convertido em unidade hospitar sem o devido alvará para onde estão sendo encaminhados pacientes do paliativo. Seus elevadores sequer têm a capacidade de comportar macas. Pacientes são colocados no elevador muitas vezes sentados e colocados em leitos improvisados", afirmou.

Durante o depoimento, a advogada afirmou que, segundo relatos de médicos, pacientes com covid-19 eram colocados em tratamento paliativo mesmo tendo condições de se recuperarem.

"O triste é como esses tratamentos estavam sendo usados e difundidos. As famílias não tinham conhecimento de que o paliativo é você permitir ou você deixar que esse paciente evolua para óbito conectado a uma bomba de morfina ou a outro tratamento sem a possibilidade de reação. Esses pacientes eram viáveis, eram pacientes que, se tratados, poderiam sobreviver. Não tenho condições técnicas de avaliar cada caso, mas eu acho muito importante que a instituição disponibilize esses prontuários, disponibilize essas informações para que seja feita a devida análise", afirmou.