Após discussão, dono de caminhonete atropela moto e piloto morre na Bahia

'Não tem sentimento, um monstro', diz esposa ao pedir prisão de suspeito

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  • Da Redação

Publicado em 20 de março de 2019 às 20:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Acervo da família

Foto: Divulgação Uma discussão em um bar entre o motorista de lotação Erivaldo Paulo de Jesus Santos, 38 anos, e um empresário identificado como Júnior Cabeça, na cidade de Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo, terminou em tragédia na última sexta-feira (15).

Após um desentendimento entre os dois, num bar da cidade, Erivaldo deixou o local numa moto e, a caminho de casa, acabou atingido pela caminhonete S10 Branca dirigida por Júnior.

A família da vítima, que realizou um protesto na cidade, nesta quarta-feira (20), para pedir a prisão do suspeito, conta que testemunhas garantem que o acidente foi intencional.

Segundo a autônoma Jamire Santos de Santana, 36, esposa de Erivaldo, os dois tiveram um desentendimento no local, enquanto bebiam juntos. “Eles chegaram no bar por volta de 17h. Uma testemunha no bar contou que Júnior ofendeu meu marido, falando coisas obscenas sobre nossa filha, de 11 anos, e após essa discussão agrediu a vítima com um tapa no rosto, mas ele não reagiu e deixou o lugar. Não satisfeito, Júnior perseguiu meu marido e atropelou”, cita Jamire.Ela mencionou ainda que o ataque ocorreu perto do Posto São Jorge, no bairro São Benedito, e que outras testemunhas também presenciaram a perseguição. Erivaldo chegou a ser atendido por uma ambulância do Samu, mas não resistiu aos ferimentos.

Durante a manifestação desta quarta, cerca de 40 pessoas saíram em passeata do posto de combustíveis nas proximidades de onde o crime ocorreu até o Fórum da cidade.

Uma das faixas com pedido de justiça era carregada pela filha de Erivaldo e Jamire, e trazia os dizeres: “Meu pai não vai voltar”. Foto: Divulgação “Estava esperando meu marido voltar pra casa vivo, mas ele voltou morto. Estou mantida à base de calmantes. Estava em tempo de fazer uma besteira”, comentou Jamire, em entrevista ao CORREIO.

‘Monstro’ Jamire conta que Erivaldo, com quem era casada há 14 anos, trabalhava como motorista de lotação na linha Santo Antônio de Jesus-Bom Despacho (na Ilha de Itaparica), e que tinha conhecido Júnior na véspera do crime. 

“Ele (suspeito) é dono de vários veículos que fazem a mesma linha e, antes da discussão, ambos chegaram a rodar juntos pela cidade”, comentou ela, segundo a qual a discussão no bar ocorreu por volta de 22h30 de sexta. “Tinha dois dias que eles se conheciam. Após assassinar o meu esposo brutalmente, ele fugiu do local e foi até um bar, onde ficou curtindo, porque ele não tem sentimento, é um monstro”, comentou Jamire.O CORREIO não conseguiu localizar a defesa de Júnior Cabeça para comentar o caso. No entanto, em mensagens nas redes sociais ele chegou a dizer que estava bebendo num bar o tempo todo e que não tinha ligação com o ocorrido. 

Fugiu do local Segundo a assessoria da Polícia Civil, o registro do acidente de trânsito foi feito na Delegacia de Santo Antônio de Jesus e consta que o motorista fugiu do local.

Diante da situação, foram solicitadas as perícias no local do crime, no veículo e de necropsia para verificar as causas e circunstâncias da morte. 

Ainda de acordo com a Polícia Civil, “já foram solicitadas imagens de estabelecimentos próximos ao local para identificar o condutor do carro que colidiu com a moto da vítima”.