Após morte de liderança do BDM e prisão de 13, PM ocupa região de Pirajá

Intenção é evitar toque de recolher e ataques a ônibus após morte de traficante

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  • Bruno Wendel

Publicado em 17 de dezembro de 2019 às 14:12

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução/SSP

Com a finalidade de coibir ações criminosas em represália à morte de João Teixeira Leal, o Jão de Pirajá, a Companhia de Patrulhamento Tático Móvel (Patamo), unidade especializada no combate ao crime organizado da Polícia Militar, ocupa o bairro de Pirajá e a localidade vizinha de Parque São Bartolomeu, ambas áreas de forte atuação do traficante, uma das lideranças do Bonde do Maluco (BDM).

Jão de Pirajá estava no Flat Jardim de Alah quando foi surpreendido por policiais do Comando de Operações Especiais (COE) da Polícia Civil na manhã desta terça-feira (17). Ele estava há cerca de quatro meses hospedado no apartamento 328. 

A intenção da ocupação é evitar toque de recolher e ataque a ônibus na região de Pirajá, atos que têm sido comuns quando há morte de integrantes do grande escalão da facção. "Essas são práticas de aliados quando perdem alguém de grande expressão na facção. Por isso que ocupamos, para dar maior sensação de segurança às pessoas que vivem e trabalham nesses locais", declarou o comandante do Policiamento Especializado da PM (CPE), coronel Sérgio Freire.  (Foto: Alberto Maraux/Divulgação/SSP-BA) Segundo o coronel, quatro unidades da Patamo com 12 policiais atuam em Pirajá e no Parque São Bartolomeu. Além deles, há duas unidades da Gêmeos, com seis policiais que se somam aos policiais da 9° Companhia Independente (Pirajá). " O trabalho compreende em incursões, abordagens a pessoas e veículos, tudo para se ter uma maior segurança". 

Ainda de acordo com ele, não há previsão da Patamo deixar os locais.  "Nós só vamos sair quando tivermos a certeza de que as áreas estão seguras e livres ações de represália por parte da facção", declarou. 

PrisõesNa manhã desta terça-feira (17), uma megaoperação da polícia baiana e do Maranhão foi deflagrada  com o objetivo de combater ações criminosas da facção Bonde do Maluco (BDM). Além da morte Jão de Pirajá, a operação resultou na prisão de 13 integrantes da facção, entre eles o filho de Jão, Jadson Santos Leal, 23 anos, que teve o mandado de prisão cumprido em Barra do Jacuípe. Ele foi preso dentro de um Honda Civic. 

Policiais prenderam também a estudante de Direito Anayrã Santos de Aragão, 25, irmã do traficante George Ferreira Santos, o Neguinho, que teve o mandado de prisão cumprido em uma unidade prisional do estado do Maranhão. “Apesar de preso, ele conseguia, através da irmã, passar instruções para a facção. Ela ficava aqui, mas ia constantemente ao Maranhão, a pedido do irmão. Ela era uma gerente”, disse o delegado Marcelo Sansão, diretor do Departamento de Combate ao Crime Organizado (Draco) da Polícia Civil. 

Tiago Conceição da Silva, 32, também já estava preso quando teve o mandado de prisão expedido – ele cumpre pena na Colônia Penal de Simões Filho. “Tanto ele quanto Neguinho já estavam presos por tráfico de drogas e homicídios”, informou Sansão. 

Tiveram os mandados de prisão preventiva cumpridos: Joseval Roque dos Santos, 47, Carlos Eduardo Silva Santana, 40, Daniel Cícero da Silva, 51, Edivan Gomes da Silva Passos, 33, Juraci Correia dos Santos Júnior, 26, Sidielson Rodrigues Silva, 35, Marcelo Massena Soares, 37, Abraão Oliveira Lopes, 20 e Ilana Kelly Pereira Santos, 30.

Foram apreendidos também cinco carros, quatro motos, um quadriclico, um revólver calibre 38 que estava com Jão, munições, 60 quilos de maconha, cocaína e crack, R$ 18 mil em espécie, que foram recolhidos nas casas alvos dos mandados de busca apreensão – foram 40 imóveis nos bairros Pirajá, Campinas de Pirajá e Parque São Bartolomeu.