Após morte de Zé de Lessa, veja quem é o bandido mais procurado da Bahia

Ele é o atual líder da facção Bonde do Maluco (BDM)

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  • Bruno Wendel

Publicado em 18 de dezembro de 2019 às 16:27

- Atualizado há um ano

(Divulgação: Secretaria de Segurança Pública) Além de se tornar o atual líder da facção Bonde do Maluco (BDM), o traficante Cristiano da Silva Moreira, o Dignow, ostenta também o título do bandido mais procurado da Bahia. Isso porque, a partir desta quarta-feira (18), o rosto dele estampa a carta Às de Ouro do Baralho do Crime, ferramenta criada pela Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) para auxiliar a busca dos criminosos procurados no estado.

Conhecido também como Maluco ou Azuado, Cristiano é procurado por tráfico de drogas com atuação no bairro de Brotas. Ele era o segundo homem do escalão da facção - subiu de posição após a morte de José Francisco Lumes, o Zé de Lessa, em dezembro deste ano por policiais do Mato Grosso do Sul. O criminoso, que antes ocupava a carta 3 de Paus, assume agora a Às de Ouro, em substituição a Zé de Lessa. 

A ascensão de Cristiano no BDM vem seguida de outras baixas significativas na facção, ocorridas durante operação da SSP-BA, deflagrada nesta terça-feira (17) nos bairros de Jardim de Alah, Pirajá, Campinas de Pirajá e Parque São Bartolomeu. Na ação policial, João Teixeira Leal, o Jão de Pirajá, líder do BDM em Pirajá, foi baleado dentro do Flat Jardim de Alah, na Avenida Octávio Mangabeira, Praia de Jardim de Alah. Socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE), não resistiu aos ferimentos e morreu. 

Número 3 Sobre Jão de Pirajá, o delegado Marcelo Sansão, diretor do Departamento de Combate ao Crime Organizado (Draco) da Polícia Civil, disse que ele ocupava a terceira posição na hierarquia da organização criminosa, atuando como um dos grandes gerentes, responsável pela distribuição de drogas e armas em Pirajá e Parque São Bartolomeu e adjacências.

Sansão disse também que ele usava uma banda de pagode para lavar dinheiro da facção. Apesar de o delegado não revelar o nome da banda, o CORREIO apurou que Jão de Pirajá era dono da banda de pagode No Styllo.

A assessoria de comunicação do grupo informou que “a banda No Styllo é dele sim. Popularmente chamado de JJ Produções. Era empresário e também produzia shows com vários artistas”. A assessoria disse que ele produziu shows para bandas locais e nacionais. 

Já em relação à lavagem de dinheiro, a assessoria da No Styllo disse que desde terça-feira (17) não consegue falar com a produção da banda e que por isso não tem uma nota oficial. 

Segundo as investigações do Draco, Jão de Pirajá estava no crime há mais de 20 anos e o seu patrimônio vai além de casas, fazendas, apartamentos e carros em Salvador.“Pelo tempo, não há dúvida que ele tem muito mais do que isso, mas estávamos cruzando as informações. Essa operação foi iniciada há um ano e meio e ainda estamos levantando muitas informações. Muita coisa precisa ser feita. Sabemos que os imóveis não estão no nome dele e para isso precisamos de todo o levantamento dos cartórios”, disse o delegado Marcelo Sansão, diretor do Draco. Preventivas O criminoso havia sido preso em setembro de 2014, num sítio na cidade de Amélia Rodrigues, com R$ 20 mil em espécie e um tablete de maconha. À época, o traficante respondia a 13 processos por tráfico de drogas e homicídios e tinha um mandado de prisão em aberto.

No mesmo dia em que o traficante foi morto, 13 pessoas ligadas à facção tiveram seus mandados de prisão preventivas cumpridos entre eles o filho de Jão, Jadson Santos Leal, 23 anos, preso dentro de um Honda Civic em Barra do Jacuípe, região de Camaçari. 

Policiais prenderam também a estudante de Direito Anayrã Santos de Aragão, 25, irmã do traficante George Ferreira Santos, o Neguinho, que teve o mandado de prisão cumprido em uma unidade prisional do estado do Maranhão.

“Apesar de preso, ele conseguia, através da irmã, passar instruções para a facção. Ela ficava aqui, mas ia constantemente ao Maranhão, a pedido do irmão. Ela era uma gerente”, disse Sansão, diretor Draco.  

Tiago Conceição da Silva, 32, também já estava preso quando teve o mandado de prisão expedido – ele cumpre pena na Colônia Penal de Simões Filho. “Tanto ele quanto Neguinho já estavam presos por tráfico de drogas e homicídios”, informou Sansão. 

Tiveram os mandados cumpridos: Joseval Roque dos Santos, 47, Carlos Eduardo Silva Santana, 40, Daniel Cícero da Silva, 51, Edivan Gomes da Silva Passos, 33, Juraci Correia dos Santos Júnior, 26, Sidielson Rodrigues Silva, 35, Marcelo Massena Soares, 37, Abraão Oliveira Lopes, 20 e Ilana Kelly Pereira Santos, 30.

Foram apreendidos também cinco carros, quatro motos, um quadriclico, um revólver calibre 38 que estava com Jão, munições, 60 quilos de maconha, cocaína e crack, R$ 18 mil em espécie, que foram recolhidos nas casas alvos dos mandados de busca apreensão – foram 40 imóveis nos bairros Pirajá, Campinas de Pirajá e Parque São Bartolomeu. Baralho do Crime é atualizado pela Secretaria da Segurança Pública (Divulgação: SSP) Baralho Outros quatro criminosos têm seus rostos estampados no Baralho do Crime a partir desta quarta-feira (18). De Feira de Santana, o homicida Adilton dos Santos Souza, conhecido como Adilton Negão, Jogador ou Samurai, é o substituto de Dignow na carta 3 de Paus. “Ele é um dos responsáveis por comandar o tráfico de drogas e por diversos homicídios na região”, contou o coordenador da 1ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Feira de Santana), delegado Roberto da Silva Leal.

Jhon Herbert Silva de Sousa, o Saul, e Cleidson Pereira Vieira, apelidado de Alemão, que também atuam na capital baiana, são os novos 10 e 3 de Ouros, respectivamente. Procurado por homicídio, Saul ocupa o lugar de Abel Miranda Campos. Já Alemão, com mandado de prisão por tráfico de drogas, substitui Antônio Moreira da Costa Júnior.

Vem do município de Iguaí, à 497 quilômetros de Salvador, Wilson Santos Soledade, o Índio, novo Rei de Ouros. Procurado por homicídio qualificado, o criminoso, foragido do sistema penitenciário vestido de mulher, é procurado por homicídio qualificado e passa a estampar a carta que antes era de Allan de Araújo Ferreira, o Allan Cabeludo.

Já o homicida Anderson da Silva Bacelar, o Anso, que atua no município de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), passa a preencher a vaga que antes era de Anaílton de Jesus Marinho, o Pito, na carta 3 de Espadas.

O cidadão pode colaborar com a localização desses e de outros criminosos procurados em todo estado ligando para os números do Disque Denúncia através do (71) 3235-0000 (Salvador e RMS) e 181 (Interior) ou pelo site oficial da ferramenta (disquedenuncia.com) no ‘Denuncie Aqui’. O sigilo é garantido.