Ar-condicionado de farmácia estourou 2 dias antes de incêndio, diz marido de vítima

O incêndio na farmácia Pague Menos da cidade de Camaçari deixou, até o momento, 10 mortos

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  • Da Redação

Publicado em 25 de novembro de 2016 às 15:01

- Atualizado há um ano

O marido de uma das vítimas da explosão na farmácia Pague Menos, na cidade de Camaçari, Região Metropolitana de Salvador (RMS), disse em entrevista ao CORREIO que o ar condicionado da loja havia apresentado defeito dias antes do incêndio que deixou 10 mortos.  

"Dois dias antes do incêndio, o ar condicionado havia estourado", afirmou José de Jesus Barreto, 43 anos. Ele era casado há quatro anos com Vilma Conceição Santos. Vilma era funcionária da farmácia e morreu na manhã desta sexta-feira (25), após passar dois dias internada no Hospital Geral do Estado (HGE). Barreto disse ainda que a farmácia estava com manutenção irregular. (Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO)  

O marido de uma outra funcionária, no entanto, também em entrevista ao CORREIO, disse desconhecer os problemas citados por Barreto. Geniel Morais é casado com Joelma Bispo Couto, que também está internada no HGE. Segundo ele, a esposa, que há trabalha há três anos na Pague Menos, nunca comentou sobre esse suposto problema no aparelho de ar-condicionado. 

Emnota, a farmácia Pague Menos garantiu que possui alvará de funcionamento regular, bem como alvará sanitário. A empresa afirmou ainda que aguarda o laudo oficial dos órgãos competentes sobre as causas do acidente.

Confira a nota na íntegra:Informamos que a farmácia Pague Menos localizada à rua Getúlio Vargas, no Centro de Camaçari-BA possui alvará de funcionamento regular e alvará sanitário regular, comprovados em nota oficial emitida pela Prefeitura de Camaçari. No momento do acidente aconteciam dois serviços de manutenção por empresas contratadas, uma para manutenção rotineira de ar condicionado e outra para efetuar reparos no telhado. Os funcionários das duas empresas estão bem. Aguardamos o laudo oficial dos órgãos competentes sobre as causas do acidente.

Tão logo tivemos conhecimento do acidente, enviamos uma equipe de diretores a Camaçari para assegurar que todas as providências fossem tomadas em apoio as famílias, vítimas e órgãos envolvidos. Providenciamos a remoção dos feridos para hospitais de referência. Organizamos equipes multidisciplinares para acompanhar as famílias das vítimas e custear todas as despesas. Disponibilizamos uma linha telefônica exclusiva para atender essas famílias, pelo número (71) 9 9995-3693. Nos colocamos a disposição de todos os órgãos envolvidos para contribuir e agilizar na apuração das causas do acidente. Lamentamos profundamente e nos solidarizamos com a dor de cada família neste momento.  

Obras Na manhã de quinta-feira (24), o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (Crea-BA) informou que não há nos registros do órgão nenhuma anotação de responsabilidade técnica sobre a obra na farmácia.

De acordo com a Secretaria de Governo de Camaçari, a farmácia Pague Menos tinha alvarás de funcionamento e sanitário regulares, mas não havia na Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur) registro de solicitação de alvará de reforma. Também não há na Sedur nem na Defesa Civil nenhuma denúncia sobre obra irregular.

Apesar dos relatos de que havia uma obra de manutenção na farmácia, o assessor jurídico da Pague Menos, Geraldo Gadelha, nega que houvesse uma reforma no prédio. "Ela não estava em obras. Estava previsto uma parada no sábado. Camaçari teve dois pequenos dilúvios na semana que passou e isso gerou uma infiltração para dentro da loja e nós íamos recuperar totalmente o telhado por outros motivos. Não sabemos absolutamente o que aconteceu, porque é impensável você admitir que uma laje caia por causa de uma infiltração, mas foi o que aconteceu", disse.

Gadelha afirmou que uma equipe fazia uma movimentação nas telhas, para conter uma infiltração e que, para isso, não era necessária uma autorização para obra. "A manutenção que estava acontecendo era na telha, não precisa de autorização. Nós queremos que o laudo pericial do Corpo de Bombeiros venha e nós arcaremos com a responsabilidade do que esse laudo apresentar.Nós estávamos fazendo um movimento nas telhas por conta da chuva que houve. Inclusive, no sábado e no domingo já estava previsto fechar para fazer o retelhamento", acrescentou.

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