Arquivo Público da Bahia continuará fechado até abril de 2020

Prédio está em obras desde dezembro do ano passado; intervenções pararam após serem achadas peças dos séculos XVII ao XIX

Publicado em 21 de novembro de 2019 às 15:46

- Atualizado há um ano

. Crédito: Mauro Akin Nassor/Arquivo CORREIO

Obras deveriam ter terminado em setembro; novo prazo é abril de 2020 (Foto: Mauro Akin Nassor/Arquivo CORREIO) O Arquivo Públcio do Estado da Bahia (Apeb) vai continuar fechado para o público pelo menos até abril do ano que vem. O prédio do século XVI passa por uma terceira fase de obras desde dezembro do ano passado e a previsão era de que as intervenções fossem concluídas em nove meses - ou seja, em setembro passado.

Dois meses após o prazo ter vencido, a Fundação Pedro Calmon (FPC), instituição responsável pelo Arquivo, informou nesta quinta-feira (21) que, por conta de uma paralisação nas obras no mês de fevereiro, a nova estimativa de término é abril de 2020.

As obras foram paralisadas por ordem do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacioal (Iphan) porque, durante as escavações numa parte do terreno para a construção de um refeitório, foram encontrados fragmentos de peças que datam dos séculos XVII ao XIX.

Em março, o CORREIO mostrou, com exclusividade, as peças encontradas no terreno: foram desde cerâmicas, grilhos, moedas, cachimbos e até fragmentos de ossos.

Na época, um dos 500 pesquisadores que frequentam o Arquivo Público todo mês, Urano Andrade, falou sobre o valor histórico dos achados."Aquele prédio, suas paredes e cada cantinho contam histórias inimagináveis”, afirmou Urano. Fragmentos foram achados durante escavações para construção de um refeitório (Foto: Mauro Akin Nassor/Arquivo CORREIO) O Arquivo Público da Bahia, que foi construído na antiga Quinta dos Padres - um local de respouso dos padres jesuítas até a expulsão deles, em 1759, e onde também funcionou um leprosário - é o segundo do país em volume de documentação – são 7.360,14 metros lineares de documentos –, perdendo só para o Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro.

Além dos pesquisadores, cidadãos comuns frequentam o arquivo para ter acesso a documentos como testamentos, registros civis, entre outros.

Aditivo Segundo a Fundação Pedro Calmon, a paralisação impediu que a empresa Marsou Engenharia, responsável pela obra, ficasse impedida de trabalhar no solo "por meses"."Isso motivou a necessidade de firmar mais um aditivo no prazo de vigência da obra, por mais 180 dias, a partir de 15 de dezembro desse ano. A estimativa de término encontra-se prevista para abril de 2020", diz a Fundação, em nota publicada em seu site.A obra da sede do Arquivo, segundo a FPC, representa um investimento de R$ 3 milhões, que abrangem a requalificação do sistema elétrico e hidrossanitário, além da restauração do telhado, forro, assoalho, piso, escadas, janelas, portas e pintura predial externa. Prevê, também, a reforma dos toaletes, a instalação de circuito fechado de TV, de elevador de acessibilidade e monta carga.

Segundo a diretora, Teresa Matos, “trata-se de um investimento necessário para qualificar a preservação e o acesso a dois patrimônios de imensurável significado e importância – o documental e o arquitetônico”.