'Arrumei ela pra festa sem saber que era a despedida', diz filha de mulher morta por ex

Crime aconteceu em festa de aniversário em Paripe

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  • Eduardo Dias

Publicado em 21 de outubro de 2019 às 15:36

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução/Cedida por familiar)

A dona de casa Suse Oliveira Bonfim, de 50 anos, se preparou cedo para a festa de aniversário que iria na noite do último sábado (19), na localidade do Bate Coração, em Paripe. Antes, ela decidiu visitar a filha mais velha, Priscila Bonfim, 26, que é dona de uma esmalteria na cidade de Simões Filho, para se arrumar para o evento. O que mãe e filha não imaginavam é que aquele seria o último encontro das duas juntas.“Minha mãe veio me ver, foi me visitar em Simões Filho. Queria que eu arrumasse ela. Arrumei ela para festa sem saber que era nossa despedida. Foi a última vez que eu a vi, ainda acompanhei ela até o ponto no final da tarde, depois dela toda arrumada”, lembrou Priscila, 26,  filha mais velha da dona de casa.Suse foi morta a facadas na madrugada de domingo (20), por volta das 2h da manhã, e o principal suspeito do crime é seu ex-esposo, identificado apenas como Jorge, com quem foi casada durante 16 anos e com quem teve uma filha de 14. O corpo da dona de casa foi sepultada no Cemitério de Simões Filho na manhã desta segunda-feira (21).

Briga na justiça O casal estava separado há 10 meses e brigava na justiça pela separação dos bens desde janeiro deste ano. Durante a ação do criminoso, outros dois rapazes que tentaram socorrer Suse ficaram feridos e precisaram de atendimentos médicos.

Suse pretendia ficar com a casa onde o casal morou com a filha de 14 anos. No entanto, apesar de concordar com a separação, Jorge não aceitava o fato de ter que separar os bens.

De acordo com Priscila, Jorge possui casas de aluguel em Paripe e é dono de uma loja de material de construção no bairro. Ela não concordava com o casamento da mãe, pelo fato de Jorge ser agressivo e já ter agredido-a, o que resultou numa prisão na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) de Brotas, e a um processo de medida protetiva.  

“Ele até aceitava a separação, mas não queria a separação de bens. Não queria que minha mãe ficasse com a casa com a filha deles. Ele foi preso uma vez depois de ter agredido ela da mesma maneira, com uma faca. Passou duas noites preso apenas e foi liberado”, explicou.

Priscila lembrou ainda que quando morava com a mãe, presenciava as brigas do casal que, segundo ela, eram recorrentes, principalmente aos finais de semana, quando Jorge bebia pelo bairro.

Ela relatou que a relação do casal era conturbada e que chegou a sair da casa da mãe para morar em outra cidade por conta das discussões. 

“Era uma relação muito conturbada entre eles, eu tive que sair de dentro de casa por causa disso, foi um dos principais motivos. Ele era muito agressivo com ela”, contou.

Dia da morte Embora não estivesse na festa de aniversário, Priscila conta que o ex-padrasto ficou sabendo que sua mãe estava no local e atingiu-a pelas costas. 

“Ele soube que ela estava no aniversário, engarguelou ela e esfaqueou. Ela foi pega pelas costas. Ele deu uma gravata e matou ela", contou.

Em nota, a Polícia Civil confirmou que o ex-companheiro de Suse é o principal suspeito do crime. No entanto, afirma que equipes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investigam o caso e estão realizando diligências para localizar o suspeito. 

Priscila e os demais famíliares estão fazendo um apelo para quem souber o paradeiro do ex-paadrasto entrar em contato com o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Com supervisão da chefe de reportagem Perla Ribeiro