Artigo: ODS e ESG nos municípios minerários da Bahia

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Publicado em 31 de agosto de 2021 às 01:02

- Atualizado há um ano

Quando a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), sintonizando-se com as tendências internacionais da sustentabilidade, adotou os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), em 2019, apoiada do WWI, realizou o “I Fórum Internacional de Inovação e Sustentabilidade na Mineração”, registrando o momento. O evento reuniu o PIB nacional da mineração no auditório da Federação das Indústrias do Estado da Bahia, recebendo dirigentes das maiores empresas da área, especialistas internacionais, além do secretário nacional de Geologia e Mineração do Ministério de Minas e Energia e o presidente da Agência Nacional de Mineração, com grande repercussão na mídia local e nacional. No ato foi lançado o Hub de Mineração da Bahia como centro difusor da visão ESG (Governança Social e Ambiental), um marco para o setor. [bit.do/CBPM-ODSESG] Na mesma época, do outro lado do mundo, o International Council of Mining and Metals (ICMM), sediado em Londres, que reúne dirigentes de empresas de mineração e metais, além de associações nacionais e internacionais, também preparava as bases para o lançamento dos “Princípios de Mineração”, focados na visão da sustentabilidade, hoje destacados no seu site: "Há uma expectativa de que o setor privado deve desempenhar um papel significativo na promoção e apoio ao cumprimento dos ODS". [icmm.com/en-gb/mining-metals/making-a-positive-contribution] Essas ações, que acontecerem em um mundo pré-pandemia, foram aceleradas durante o curso pandêmico da Covid-19 que, travando o ir e vir da população mundial e paralisando atividades miner​á​rias; também impulsionou a digitalização da economia reconectando virtualmente o planeta em velocidades e novos meios sem precedentes, dissolvendo distâncias, encurtando tempos e facilitando decisões online. A internet das coisas (IoT) e a inteligência artificial (IA), que hoje dão suporte a smart contracts em blockchain, instruem posicionamentos de investidores nas bolsas de valores, afetando diretamente os municípios minerários - onde os ODS precisam rapidamente chegar, plantando as bases para o desenvolvimento local do ESG, beneficiando a todos. Para qualquer ação ser global, precisa antes, necessariamente, ser local. Trazendo essa visão global para os municípios da Bahia, onde as ações efetivamente acontecem, cenários locais passam a ficar mais nítidos. No período de 2021 e 2025 a Bahia receberá cerca de 21% do valor ​do ​seu PIB de US$ 60 bilhões (2020, Seplan) em investimentos privados, trazidos pela mineração e concentrados em poucos municípios. Como preparar esses municípios para os impactos positivos decorrentes desses novos e intensos recursos? Segundo o Instituto de Brasileiro de Mineração (Ibram), o Brasil deve receber investimentos da ordem de US$ 38 bilhões entre os anos de 2021 a 2025. A Bahia receberá 35% do total (US$ 13 bilhões), Minas Gerais, 28% (US$ 11 bilhões), e o Pará 23% (US$ 9 bilhões). O estado da Bahia irá dividir o aporte entre 28 municípios, Minas Gerais entre 11 e o Pará entre 13. Os restantes US$ 5 bilhões serão divididos entre 29 municípios de outros estados. Além das mineradoras, os municípios precisam estar preparados para usar a alavancagem positiva desses impactos a seu favor, adotando, entendendo e aprendendo a engrenagem da governança pela sustentabilidade. Os que se preparam primeiro, beneficiarão mais cedo as suas populações. Para auxiliar neste projeto, o aplicativo produzido pela CBPM [bit.do/cfemmunicipio] mostra a arrecadação de CFEM (contrapartida financeira paga pelas empresas mineradoras à União, aos Estados, Distrito Federal e Municípios), ajudando os municípios minerários a destacar investimentos para aplicação na agenda ODS/ESG. No mundo conectado virtualmente, o mineral extraído em locais antes chamados de interior da Bahia, por exemplo - que hoje são pontos digitais conectados do planeta - é avaliado pelos investidores em Bolsa não só pela quantidade e qualidade, mas por um combo que inclui a gestão de toda a cadeia produtiva local, com foco especial na governança dos fatores sociais e municipais envolvidos. A mineração é uma das poucas indústrias que emergiu da crise econômica da pandemia em excelente forma financeira e operacional, entendendo que, fora dos ODS, base do ESG, negócios enferrujam. Conforme destaca o site do ICMM (icmm.com), “cada vez mais, a sociedade entende que a descarbonização da economia global e a realização dos ODS exigem uma demanda sustentada por metais e minerais nas próximas décadas. Encorajamos todas as empresas de mineração a aplicar boas práticas ambientais, sociais e de governança na produção de metais e minerais”. Articulado, o Sindicato das Indústrias Extrativas de Minerais Metálicos, Metais Nobres e Preciosos, Pedras Preciosas e Semipreciosas e Magnesita no Estado da Bahia (Sindimiba - mineracaonabahia.com.br), alinhado com os ODS/ESG, estimula suas empresas em projetos sociais e ambientais, e no aproveitamento de rejeitos e reciclagem de insumos, atingindo a redução de até 93% no consumo de água, até 70% na emissão de CO², e até 50% no volume de rejeitos na superfície. Investindo na promoção dos ODS/ESG - especialmente nos municípios minerários - a CBPM parece ter evoluído de uma tradicional empresa de pesquisa mineral, para o status de agência fomentadora da inovação e da sustentabilidade do setor, articulando-se em nível internacional, nacional e local, com governos, academia, empresas e entidades de classe. A mente que se abre a uma nova ideia, jamais voltará ao seu tamanho original, observava Einstein.Este artigo integra o especial de Mineração é uma realização do jornal Correio com o patrocínio da Mineração Caraíba, BAMIN e Yamana Gold  e apoio institucional da CBPM, Secretaria de Desenvolvimento Econômico - SDE e WWI

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