Assembleia de SP terá ato em memória de Pinochet a pedido do PSL

Evento foi marcado usando nome menos conhecido de ex-ditador chileno

  • D
  • Da Redação

Publicado em 20 de novembro de 2019 às 17:11

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Cris Bouroncle/AFP

Um ato em homenagem à memória do ex-ditador do Chile, Augusto Pinochet, será realizado no próximo dia 10, na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Disponível no site da casa, o evento foi solicitado pelo deputado estadual Frederico D’Ávila, do PSL-SP. 

Ainda não há detalhes sobre a cerimônia, que marca os 13 anos da morte do ditador, ocorrida em 10 de dezembro de 2006, gerou críticas nas redes sociais. A homenagem foi marcada em meio à onda de protestos no Chile, que questiona a herança constituinte deixada pelo ditador.

Uma das críticas envolve o fato de que, na agenda de homenagens, não está escrito o nome completo do ex-ditador, mas sim Augusto P. Ugarte, que é seu nome completo, porém pouco conhecido. Pinochet é responsável pela prisão e tortura de 32 mil pessoas entre 1973 e 1990.

A assessoria de imprensa da Alesp ainda não se manifestou sobre o caso. Foto: Reprodução Precedente Esta não é a primeira vez que membros do PSL flertam com a ditadura chilena. Quando ainda era da sigla, o presidente Jair Bolsonaro foi alvo de críticas após atacar a ex-presidente chilena e atual comissária dos Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, que foi torturada na ditadura de Pinochet.

Em setembro, o presidente questionou uma crítica de Bachelet sobre aumento da violência policial e uma redução do “espaço cívico e democrático” no Brasil.

“Michelle Bachelet, comissária dos Direitos Humanos da ONU, seguindo a linha do Macron em se intrometer nos assuntos internos e na soberania brasileira, investe contra o Brasil na agenda de direitos humanos (de bandidos), atacando nossos valorosos policiais civis e militares”, escreveu Bolsonaro em publicação nas redes sociais.

“Diz ainda que o Brasil perde espaço democrático, mas se esquece que seu país só não é uma Cuba graças aos que tiveram a coragem de dar um basta à esquerda em 1973, entre esses comunistas o seu pai brigadeiro à época”, acrescentou Bolsonaro.

Alberto Bachelet, pai de Michelle, foi um brigadeiro-general da Força Aérea do Chile que se opôs ao golpe. Ele foi preso e submetido a tortura por vários meses até sua morte por ataque cardíaco sob custódia.