Ataque a ônibus na Juracy Magalhães foi promovido por seis mulheres

Bairros da região ficaram sem coletivo por nove dias, este ano, por conta da insegurança

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  • Da Redação

Publicado em 27 de outubro de 2017 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Almiro Lopes/CORREIO

A notícia de que o Complexo do Nordeste de Amaralina está sem ônibus por tempo indeterminado levou algumas pessoas a pensarem: "de novo?". É que o bairro já teve o serviço interrompido outras duas vezes esse ano, em janeiro e setembro, pelo mesmo motivo: a violência. Somadas, as manifestações deixaram os moradores sem coletivos por nove dias, até a manhã desta sexta (27).

Na quarta (25), o serviço foi suspenso novamente depois que um ônibus foi incendiado em Santa Cruz e outro foi parcialmente queimado na Ceasinha do Rio Vermelho. Nesta segunda ação, segundo a polícia, seis mulheres foram as responsáveis por colocar fogo no veículo. 

Um cobrador acabou ficando ferido. O rodoviário tem problemas de locomoção e, por isso, demorou de descer do ônibus. Ele precisou ser internado - teve um braço e uma perna queimados -, e seu estado de saúde é considerado estável.

Identificadas Segundo o comandante da 40ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/ Nordeste de Amaralina), Amilton Júnior, as autoras já foram identificadas. "Temos imagens das ações e estamos investigando os casos. Na ação da Santa Cruz, foram três homens, pelo menos, e eles também já foram identificados. Tanto eles quanto as mulheres moram na região onde aconteceram as ocorrências", contou. Policiais durante rondas no Complexo do Nordeste (Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO) Paralisações O ano começou turbulento para as cerca de 70 mil pessoas que moram no complexo, composto pelos bairros de Nordeste de Amaralina, Santa Cruz e Vale das Pedrinhas.

No dia 24 de janeiro de 2017, uma terça-feira, manifestantes atearam fogo em lixo e bloquearam pistas depois que um morador morreu durante uma ação da Polícia Militar na localidade de São Gerônimo, no Nordeste, um dia antes. O serviço de transporte público foi suspenso naquele dia, e só voltou à normalidade dois dias depois.

Em setembro, os moradores ficaram sem ônibus por quatro dias. A interrupção no serviço começou no dia 19, uma terça-feira, quando uma pessoa morreu, cinco foram presas e outra apreendida durante uma ação de policiais militares em Santa Cruz. Nos dias seguintes, dois homens foram assassinados no Vale das Pedrinhas, o que aprofundou a crise e resultou na suspensão do serviço em todo o complexo do Nordeste. Fim de linha improvisado no Parque da Cidade (Foto: Arquivo CORREIO) No ano passado, o transporte foi interrompido também em três momentos, em julho e duas vezes em outubro por conta da insegurança. Em alguns momentos falta de segurança obrigou também os comerciantes a baixarem as portas, e interrompeu as aulas em algumas escolas, prejudicando estudantes.