Atendimentos cirúrgicos no Carnaval de Salvador caem 45%, diz prefeitura

Segundo balanço, 80,5% dos casos clínicos foram de cefaleia, dores e intoxicação alcoólica

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  • Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2020 às 12:49

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Bruno Concha/Secom

Mais de 80% dos casos clínicos atendidos nos módulos de saúde montados nos circuitos do Carnaval até este sábado (22), terceiro dia de festa, foram por cefaleia, dores e intoxicação alcoólica. O Circuito Dodô (Barra/Ondina) continua liderando o número de ocorrências, nos módulos Farol da Barra e Ademar de Barros, principalmente. Dos 2.224 atendimentos, 80,5% foram para casos deste tipo.

De acordo com informações da Prefeitura de Salvador, houve redução de 45% dos atendimentos cirúrgicos e de 24% dos ortopédicos em relação ao ano passado. Apenas 3% do total de pacientes assistidos necessitaram ser transferidos para fazer avaliação especializada. O Hospital Geral do Estado (HGE), UPA Vale dos Barris e UPA Brotas foram as unidades de retaguarda com mais transferências.

Dos pouco mais de 1,4 mil testes rápidos para detecção precoce de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) foram realizados nos dois postos do Fique Sabendo do Carnaval. Do total, dez pacientes tiveram diagnóstico positivo para HIV, 42 para sífilis e um para hepatite C. O serviço está disponível até a terça-feira (25), das 9h às 21h, no Largo da Piedade (Circuito Osmar), e das 10h às 22h, na Rua Dias D'Ávila, próximo ao Farol da Barra (Circuito Dodô).

Trânsito e transporte No balanço divulgado na manhã deste domingo (23), a prefeitura informou que pelo menos 3,6 milhões de passageiros utilizaram os diversos modais de transporte nos três primeiros dias do Carnaval. Somente no sábado de Carnaval (22) foram 743,3 mil pessoas usando o sistema convencional de ônibus coletivos e outras 48,6 mil no o sistema complementar. 

Aproximadamente 110 mil foliões usaram a linha especial gratuita Lapa-Calabar - a única a circular na Avenida Centenário. Mais de 22 mil pessoas optaram pelo táxi e quase 8 mil usaram o mototáxi, segundo dados divulgados pela Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob).   

Também nos três primeiros dias oficiais de festa (quinta, sexta e sábado), a Transalvador registrou uma diminuição de 73,5% na quantidade de vítimas de acidentes de trânsito na capital, se comparado com o mesmo período de 2019. Este ano, até o momento, são 14 vítimas em toda cidade, sendo uma fatal. 

No ano passado, foram 53 vítimas - duas fatais. Durante a operação neste sábado (22), foram registradas 1.372 autuações e 67 remoções gerais de veículos em situação irregular. Agentes de trânsito abordaram 587 condutores durante as blitze da Lei Seca realizadas na noite deste sábado (23). Destes, 53 foram autuados por terem ingerido álcool. Ainda durante as abordagens, 41 habilitações foram recolhidas e 16 veículos foram levados ao pátio da autarquia.

Segurança A Guarda Civil Municipal (GCM) prestou 227 atendimentos aos foliões, mas sem nenhuma ocorrência mais grave. O órgão também está fazendo a identificação de crianças. Só neste sábado (22), 10 mil menores receberam a pulseirinha que informa dados básicos dos responsáveis, caso elas se percam na folia. Houve ainda a distribuição de  6.522 materiais informativos.

Ainda de acordo com a prefeitura, o uso de produtos e material de divulgação no circuito em desrespeito às normas da publicidade oficial tem sido o principal motivo das apreensões de itens promocionais e notificações feitas pela Secretaria de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur). No sábado de Carnaval, foram lavrados sete autos de infração e registradas 38 notificações que alertam para a questão, além de itens relativos à segurança. 

Quatro camarotes foram notificados por irregularidades relativas à sinalização e proteção de abraçadeiras. Foram ainda feitas 34 notificações especiais junto aos blocos acerca de orientações previstas pelo Ministério Público da Bahia quanto aos uso indevido de serpentinas, sinalização e proteção de abraçadeiras.

Já a Secretaria de Ordem Pública (Semop) apreendeu, só neste sábado, 2.549 itens, entre materiais irregulares (fogareiros, barracas desmontáveis), de risco (espetos, botijão de gás) e restrição de marca (latas de cervejas). Os responsáveis pelos materiais apreendidos só poderão reaver os produtos a partir da próxima quinta-feira (27), após o Carnaval, na sede da Semop, na Avenida San Martin, mediante pagamento de uma taxa de liberação.

Ações Por meio de ações diversas, envolvendo Conselho Tutelar, por exemplo, a Secretaria de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ) promoveu, no terceiro dia de folia em Salvador, mais de 800 atendimentos a crianças e adolescentes, como por exemplo abrigos para filhso de ambulantes que atuam nos circuitos - foram 453 menores assistidos no sábado (22), 40% a mais que o registrado no mesmo período em 2019.

O Conselho Tutelar registrou assistência a 349 menores. Já o Observatório da Discriminação Racial, LGBT e Violência contra a Mulher registrou 370 casos envolvendo mulheres e duas meninas, a maioria relativa a importunações.     

Em três dias de festa, foram registradas 2.646 demandas na Ouvidoria, sendo 97,4% referente às equipes de rua e 2,6% do call center. Dos 2.646 registros, 1.409 foram informações/orientações, 922 foram elogios, 141 sugestões, 132 solicitações de serviço e 42 reclamações.

Limpeza Cerca de 27 toneladas de alumínio e quase dez de plástico já foram coletadas, nos três primeiros dias oficiais de Carnaval, pelas dez centrais de apoio ao catador instaladas na folia da capital baiana. A Limpurb fez um cadastro prévio do pessoal que já trabalha por meio das cooperativas, mas também está atendendo os catadores que chegam aos postos por demanda espontânea.

Cinco centrais estão funcionando no Circuito Dodô (Barra-Ondina), outras quatro no Circuito Osmar (Campo Grande), além de uma unidade extra instalada no bairro do Nordeste de Amaralina. A ação tem o apoio da Secretaria Municipal de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência (Secis) e da Ambev.

“Este ano, esperamos uma quantidade menor de resíduo, muito por conta da atuação dos catadores junto às centrais. É um ciclo do bem: os catadores levam seus resíduos (latas, pets e plásticos) às centrais, pesam e recebem o dinheiro na hora. As centrais armazenam o material dos catadores e depois transportam para as cooperativas, onde será encaminhado para a reciclagem”, explica o presidente da Limpurb, Marcus Passos. 

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