Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Atentado frustrado contra Cristina Kirchner gera reação de populares e políticos

Argentinos protestaram nas ruas pela democracia

  • D
  • Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2022 às 05:00

. Crédito: Foto: Casa Rosada/ Divulgação

Milhares de pessoas se reuniram na Praça de Maio, no centro de Buenos Aires, um dia após o atentado com arma sofrido pela vice-presidente Cristina Kirchner, quinta-feira à noite, realizado pelo brasileiro Fernando André Sabag Montiel. O presidente da Argentina, Alberto Fernández, decretou feriado nacional após o ataque frustrado. A intenção foi permitir que os argentinos manifestassem apoio à democracia. Cristina, por sua vez, saudou seus apoiadores em sua primeira aparição após o episódio. 

Cristina saiu de casa sem fazer declarações, mas dedicando alguns momentos para cumprimentar alguns populares. Ela apareceu com roupas confortáveis e falou animadamente com seus apoiadores antes de entrar em um veículo preto cercada por ao menos cinco seguranças.

Segundo o presidente Alberto Fernández, a arma que seria usada contra Cristina, uma Bersa 380 de fabricação argentina, travou na hora do disparo. “Cristina permanece com vida porque, por alguma razão, a arma que contava com cinco balas não disparou, apesar de ter sido engatilhada”.

A vice-presidente foi alvo de uma tentativa de homicídio em frente à própria casa, no bairro da Recoleta, enquanto assinava livros de simpatizantes que se manifestavam em apoio a ela. Um vídeo chocante mostra o momento exato em que a arma é apontada para a cabeça de Cristina. No mesmo instante, seguranças intervêm e conseguem segurar o suspeito.

Promotores encarregados da investigação fizeram uma inspeção na área onde ocorreu o ataque. O tribunal começou a receber as primeiras declarações de testemunhas, além de policiais e membros da segurança da vice-presidente. Mais tarde, a juíza María Eugenia Capuchetti foi à casa de Kirchner para ouvi-la. 

As tensões na Argentina cresceram desde o pedido da Promotoria de 12 anos de prisão contra a atual vice-presidente por suposta corrupção. Kirchner é acusada de ter orientado, enquanto era presidente da República, a atribuição de licitações de obras públicas na Província de Santa Cruz, seu berço político, em favor do empresário Lázaro Báez, contra quem os promotores também pediram 12 anos de prisão e apreensão de seus bens.

Quem é Fernando? Fernando André Sabag Montiel nasceu no Brasil, mas é filho de um chileno e uma argentina e vive no país vizinho desde 1993. O pai dele, Fernando Ernesto Montiel Araya, foi alvo de inquérito da Polícia Federal para ser expulso de país. 

Aos 35 anos, tem antecedentes criminais e supostas ligações com grupos extremistas. A polícia parou, em 17 de março de 2021, o carro do brasileiro, que estava sem placa traseira. Ao abrir a porta do condutor, uma faca de 35 centímetros caiu no chão. Fernando alegou portar a arma para autodefesa e foi liberado com uma notificação. O homem é registrado como motorista de aplicativo. Ele possui um Chevrolet Prisma preto.

Chamou atenção também que Fernando tem tatuagens referentes ao nazismo e interagia com publicações de grupos extremistas a partir de perfis nas redes sociais que foram retirados do ar. Uma das tatuagens é o “Sol Negro”, símbolo usado por grupos neonazistas.

Trata-se de 12 raios no formato do ícone da “SS”, a Polícia do Estado Nazista, conectados a um círculo preto no centro da imagem. Ele também marcou na pele ícones nórdicos cooptados por simpatizantes do Terceiro Reich.

De acordo com o jornal argentino Clarín, o brasileiro usava o codinome “Salim” no Facebook e no Instagram. Uma das publicações é sobre uma aparição na TV. Ele disse que concedeu a entrevista para fazer críticas ao governo. O texto da postagem encerra com os dizeres: “Nem Milei (parlamentar especulado à disputa presidencial de 2023), nem Cristina”.

O imóvel alugado onde Fernando morava, localizado em Villa Zagala, estava revirado e sujo, segundo o relato de policiais que foram ao local um dia após a tentativa de atentado. A pia do banheiro estava quebrada e o sanitário - que parecia estar entupido há dias - exalava um cheiro forte. No chão, havia uma pilha de cobertores, roupas e alimentos, incluindo vários sacos de batatas.

Foi em meio à bagunça que a polícia encontrou os vibradores, lingeries e o chicote de couro. “O que mais surpreende, além do odor e da sujeira, é a quantidade de elementos fetichistas. Não tínhamos ideia dessa faceta”, afirmou o assistente social Fabricio Pierucchi, amigo do dono da casa, em entrevista ao jornal La Nación.