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Ato no Campo Grande reúne trabalhadores contra reforma da previdência


 

Organizadores do evento estimam participação de 30 mil pessoas

  • Da Redação

Publicado em 14/06/2019 às 16:52:00
Atualizado em 19/04/2023 às 21:59:07
. Crédito: Almiro Lopes/CORREIO

Uma manifestação contra a reforma da previdência aconteceu na tarde desta sexta-feira (14) no Campo Grande, como mais um ato da greve geral marcada para hoje.

Depois de quase uma hora de concentração, a passeata começou por volta das 16h, saindo da praça, e chegou cerca de meia hora depois até a Castro Alves. Os manifestantes seguiram, passando pela praça da Piedade - a dispersão ocorreu quase às 18h. Organizadores do evento estimam participação de 30 mil pessoas no ato - a Polícia Militar não faz essa contabilização. 

A organização também afirma que, na Bahia, cerca de 4 milhões de trabalhadores de diversas categorias pararam hoje em adesão à greve. No país todo, esse número teria chegado a 45 milhões de trabalhadores, ainda segundo os organizadores do ato. 

Durante as quase 2 horas de caminhada, diversas lideranças sindicais subiram ao carro de som para manifestar apoio de sua categoria à causa. Os principais pontos levantados protestavam não só contra a refroma da previdência, mas também contra o bloqueio de verbas na educação e outras ações do Governo Federal.No chão, as palavras eram de apoio. "É preciso sair de casa, lutar pelo que importa, se pocisionar frente à tudo que está acontecendo no país. Não dá pra ficar em casa parado", acredita a professora Rosana Castro, 41. "É preciso se unir, esse é um movimento de todos, todo mundo precisa entender o que está acontecendo. A educação está ameaçada, a previdência está ameaçada", comentou o estudante de História Juan Costa, 21. O ato em Salvador foi organizado por Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), mas várias centrais sindicais também tomaram parte. Estiveram presentes, se pocisionando durante o ato,categorias como bancários, servidores públicos municipais, professores, comerciarios, policiais civis, estudantes, dentre outras.

Além dos trabalhadores, autoridades públicas estiveram presentes no ato. como o senador Jaques Wagner (PT), a deputada federal Lídice da Mata (PSB) e a deputada federal Alice Portugal (PcdoB). As duas últimas chegaram a discursar para os manifestantes se pocisionando a favor do ato e contra a reforma da previdência.   

Sem ônibus nas ruas Nenhum dos cerca de 2,7 mil veículos da frota regular está nas ruas segundo informações confirmadas pelo Sindicato dos Rodoviários do Estado da Bahia. Os representantes do sindicato informaram que estão nas garagens das empresas informando aos motoristas e cobradores sobre a adesão ao movimento. 

Morador do bairro do Rio Sena, Gilvan Costa, 34 anos, trabalha na produção de tunéis no CIA, em Simões Filho e precisou aguardar num ponto de ônibus em Praia Grande desde às 6h da manhã pelo transporte que a empresa mandaria buscá-lo.  (Foto: Eduardo Dias/CORREIO) "A empresa avisou que mandaria um Uber. Estou aguardando desde 6h aqui em Praia Grande. Eu já estava ciente que não teria ônibus hoje. A empresa acertou comigo ontem mesmo para aguardar no local marcado. Vou aguardar, se nao aparecer nada eu vou para casa porque não tenho como pagar um transporte mais caro até lá", disse.

Em função da adesão  Prefeitura de Salvador autorizou a circulação de 300 micro-ônibus do Sistema de Transporte Especial Complementar (STEC), os 'amarelinhos'. De acordo com a Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob), a estratégia foi adotada para suprir a demanda de transporte da população.

Prejuízos Coordenador da seção baiana da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), Edson Piaggio, ainda não há como estimar os prejuízos sofridos pelos shoppings da capital neste dia de greve. Piaggio estima, no entanto, que os centros comerciais atendidos pelo metrô, que operou nornalmente nesta sexta, foram os menos prejudicados, a exemplo do Shopping Piedade.

Já o  presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia (Sindilojas), Paulo Motta, afirmou que o movimento foi consideravelmente menor. À reportagem, Paulo comentou que houve, inclusive, uma tentativa, por parte dos manifestantes, de impedir a lojas da região da Avenida Sete permanecessem abertas.

"Não tem como não impactar no comércio. Se não tem ônibus, as pessoas não vão sair pra comprar. Ainda não temos essa estimativa em números ou valores, mas a queda houve, sim", se limitou a dizer.

Viagens intermunicipais Quem tinha viagem agendada na manhã desta sexta-feira (14) saindo da rodoviária de Salvador não conseguiu embarcar. Nenhum dos 200 horários previstos de embarque das 6h às 12h saíram do terminal em função da adesão dos rodoviários ao movimento nacional de greve. 

O coordenador de fiscalização da Agerba na rodoviária, Abdul-Ramid, informou que cerca de 340 horários devem ser retormados a partir do meio-dia por determinação do sindicato grevista, mas ainda não há confirmação se fato todas as empresas vão cumprir os horários estabelecidos. "Orientamos aos passageiros que chegaram hoje para viajar que eram para ir para os guichês para reagendar a viagem ou pedir o reembolso", explicou Abdul. 

Via fechada O acesso à Refinaria Landulpho Alves, em São Francisco do Conde, na Bahia, foi fechado por volta das 0h desta sexta-feira (14) por conta da greve geral. A Petrobras informou, em nota, que em algumas unidades operacionais, não houve troca dos empregados que trabalham em regime de turno. "A companhia tomou todas as medidas para garantir a continuidade da produção de petróleo e gás, o processamento em suas refinarias, bem como o abastecimento do mercado de derivados e as condições de segurança dos trabalhadores e das instalações", disse a companhia.  (Foto: Divulgação)