Áudios com alertas sobre tempo a marido de Carol Bittencourt são divulgados

Modelo morreu ao cair de barco em vendaval; marido será indiciado

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  • Da Redação

Publicado em 7 de maio de 2019 às 22:58

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação

A troca de mensagens em que Jorge Sestini, marido de Caroline Bittencourt, foi alertado sobre o mau tempo no litoral de São Paulo foi um dos elementos para o indiciamento do empresário pela morte da modelo. A Polícia Civil divulgou as mensagens de áudio nesta terça (7). Caroline morreu depois de ser jogada para fora da embarcação em que estava com o marido em Ilhabela, atingida por um vendaval. Jorge pulou para salvá-la, mas não conseguiu. Ele acabou sendo resgatado horas depois por um marinheiro.

O empresário será indiciado por homicídio culposo (sem intenção de matar) quando for prestar depoimento - o que ainda não tem data marcada. A polícia entende que houve negligência de Jorge, pois ele foi ao mar com a mulher mesmo sendo alertado pelo dono da marinha onde ficava sua lancha, Lenildo Oliveira, sobre as condições ruins. Caroline não usava colete salva-vidas.

Lenildo mandou uma mensagem para Jorge pela tarde. Às 15h44, Jorge responde agradecendo o aviso. Às 17h15, o dono da marina manda nova mensagem, que não é respondida. O vendaval atingiu a região em que o casal estava por volta das 17h.

Leia as mensagens trocadas:

Lenildo: "Fala Jorge, tudo bom? Dá uma olhadinha aí se puder se antecipar o tempo vai ficar feio. Já mandaram um alerta lá de Itanhaém. O canal por aqui, ali por trás da ilha, está ficando ruim, tem cliente nem conseguindo navegar ali. Então, fica esperto aí. Abraço."

Jorge: "Valeu, Magrão! Valeu pela preocupação, por cuidar da gente. Tranquilo, eu estou aqui no canal já, devo chegar aí umas 17h30 mais ou menos. Valeu!"

Lenildo mandou então outra mensagem, sem resposta:

Lenildo: "Fala Jorge, tudo bom? O negócio está feio, cara. O canal fechou, tá feio, e não tem previsão de terminar isso tão cedo. É bom você nem tentar atravessar o canal porque afundou barco no canal. Então, é melhor você pernoitar por aí mesmo e amanhã se o tempo tiver legal você sai mais cedo e vem embora. Porque hoje está feio o negócio. É melhor você ficar para vir amanhã, na hora que der uma melhorada. Me confirma aí, um abraço."

Ouça na reportagem do Cidade Alerta, da Record, a partir do minuto 11:

O dono da marinha prestou depoimento à polícia e disse que já na sexta (26) tinha conversado com Jorge para que ele ficasse atento ao tempo, já que havia previsão de ventos fortes no final de semana. O acidente com o casal aconteceu no domingo (28). O diálogo, segundo ele, aconteceu antes do casal sair da marina, que fica em São Sebastião, para o fim de semana em Ilhabela. No plano de navegação, Jorge assinou um documento afirmando estar ciente das condições climáticas na região.

Por tudo isso, o delegado Vanderlei Pagliarini afirma que há clareza para entender que houve "conduta culposa" da parte do empresário."Sabedor do mau tempo que assolava naquele momento a região, especialmente para quem se encontrava a bordo de embarcações de pequeno porte, expressamente advertido a esse respeito, resolveu por lançar-se ao mar, não providenciando ao menos que a vítima utilizasse um colete salva-vidas, como lhe competia, negligência indiscutível que remete aos fundamentos dos delitos culposos", disse o delegado em trecho do inquérito. A lancha do casal, um catamarã com casco duplo era pequena, tinha apenas cinco metros".A polícia de São Paulo recebeu carta precatória para intimar Jorge e tomar o depoimento do empresário. A Marinha do Brasil também apura o que causou o acidente, mas a investigação corre em silêncio.

Jorge e família não quiseram comentar o caso.